Ampere 13 reias, Pato Branco, 11. Tenho sérios temores de que caímos no conto do pedágio mais uma vez.
Quinta-feira saiu o leilão do lote 6 do pedágio, que inclui as rodovias de nossa região, a ligação de Realeza a Pato Branco. Os valores são absurdamente altos, principalmente considerando que precisaremos iniciar o pagamento sem contar com os benefícios. No início, a empresa vencedora, a EPR, que não teve concorrentes e por isso praticamente manteve a proposta, só vai construir as praças de pedágio e iniciará a cobrança. Com o passar dos anos, terá que cumprir um cronograma de obras, mas a duplicação mesmo, essa vai demorar vários anos.
O que chama a atenção são os valores que teremos que desembolsar. Em Lindoeste, o valor será em torno de 18 reais; em Ampere, 13 reais e em Pato Branco, 11. É um valor excessivamente alto em comparação com o que é cobrado em outras rodovias no país. Na Régis Bittencourt, entre Curitiba e São Paulo, paga-se R$ 4,10. No Rio Grande do Sul, a tarifa básica fica entre R$ 4,50 e R$ 5,00. Na ligação Curitiba-Florianópolis, o valor é de R$ 5,20.
Qual a justificativa para que os pedágios em nosso estado sejam imensamente mais caros, praticamente o dobro ou o triplo do que se paga em rodovias já duplicadas, e com toda a estrutura de apoio aos motoristas?
Mas esse não é o único problema. Escaldados pela péssima experiência de quase 30 anos de pedágio, quando muito se cobrou e quase nada foi feito, é inevitável questionar se todas as obras prometidas serão efetivamente concretizadas. Essas megaempresas que administram o pedágio pelo país contam com departamentos jurídicos muito competentes e mais adiante nada impede que comecem a questionar na justiça alguma das exigências.
Para elas, é o que basta para deixar de executar obras que seriam de sua responsabilidade. Apesar dos discursos efusivos do governador, o fato é que as tarifas cobradas no Paraná são absurdamente altas em comparação com outros estados. É só comparar as planilhas. Qual a lógica para cobrar 18 reais em Lindoeste? Muitos milhões de reais cairão na conta da administradora até que as primeiras obras comecem a aparecer.
Posso ser pessimista, mas tenho a impressão que acreditamos numa coisa e nos deram outra. Tenho sérios temores de que caímos no conto do pedágio mais uma vez.