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Francisco Beltrão
sábado, 21 de junho de 2025

Edição 8.230

21/06/2025

A ociosidade das universidades e a reforma da extensão rural

Nossas universidades parecem “fábrica de diplomas”. A UTFPR terá um orçamento próximo a R$ 1,5 bilhão, e a Unioeste um orçamento de mais de meio bilhão de reais. Precisamos gastar de outra forma esses vultuosos recursos públicos!


Nossas universidades estão sofrendo de ociosidade, ou seja, faltam estudantes. Por várias razões suas estruturas, com seus qualificados professores, ressentem-se da falta de alunos, sobretudo na graduação.

Entre as razões está a realidade do mercado de trabalho que decaiu muito: salários achatados e aumento do número de diplomados. Nossas universidades se expandiram rapidamente e tornaram-se centros de ensino mais do que de ciência. A qualidade tem sido cada vez mais questionada e não raro nossas universidades parecem “fábrica de diplomas”.

Muitas famílias fizeram grandes esforços para que seus filhos alcançassem o diploma universitário, mas, de fato, as remunerações estão se tornando muito baixas. Inclusive, para driblar exigências dos conselhos profissionais, muitos diplomados são contratados como desempenhando outras funções.

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Nossas universidades precisarão cada vez mais se identificar como centros de ciência, ou seja, investindo por igual em ensino, pesquisa e extensão universitária além de, cada vez mais, atuarem na produção cultural.

As universidades precisarão se abrir e interagir cada vez mais com seu entorno, se inserindo na realidade econômica e social do seu entorno. A maneira como se sustentam, as universidades deverão mudar para uma forma mais plural, autônoma e descentralizada de arrecadar recursos.

Vejam que aqui em Francisco Beltrão, por exemplo, possuímos campus de duas universidades públicas cujos orçamentos são grandes ao nível estadual. A UTFPR deverá, no ano que vem, ter um orçamento próximo a R$ 1,5 bilhão, e a Unioeste um orçamento de mais de meio bilhão de reais. Ambos orçamentos são maiores que o orçamento do IDR-PR dedicado à extensão rural e à pesquisa agrícola.

Penso que as universidades deveriam, à semelhança do que ocorre com a Universidades de São Paulo, gozar de autonomia financeira e, inclusive, cada campus dispor de fontes próprias de recursos em parceria com a sociedade local.

Os alunos deveriam receber bolsas para realizar trabalhos de pesquisa e de extensão universitária e a própria universidade deveria ter pesquisadores e extensionistas sem compromisso em ministrar disciplinas, apenas seriam colaboradores eventuais.

Desse modo, a universidade não precisaria se destacar pelo seu grande número de alunos, mas pela sua atuação em prol do desenvolvimento regional.

Em particular, a extensão rural está em situação muito crítica porque refém de um modelo que não corresponde mais à realidade da nossa agricultura. Que tal aproximar a extensão rural da extensão universitária? Precisamos gastar de outra forma esses vultuosos recursos públicos!

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