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Francisco Beltrão
terça-feira, 24 de junho de 2025

Edição 8.231

24/06/2025

Por que Beltrão não industrializa o leite que produz?

Francisco Beltrão deve ser um dos melhores lugares do mundo para se produzir leite. Nos últimos 20 anos sua produção praticamente triplicou, mas ainda está muito longe de realizar seu enorme potencial leiteiro. Aqui perto, por exemplo, no município de Guaraciaba, no extremo Oeste de Santa Catarina, a produção de leite cresceu e ali se produz aproximadamente a mesma quantidade que no município de Francisco Beltrão, mas em uma área que é metade do nosso município e com bem menos estabelecimentos rurais, inclusive de leite. Por lá criaram o Programa Mais-Leite de modo que, dependendo da faixa de produção, cada produtor recebe um crédito para estimular a formalização da produção. Por lá, pelo interior, tem boas estradas asfaltadas, e, claro, tem a ver com o desenvolvimento da produção leiteira.

Aqui em Francisco Beltrão ainda temos muito por fazer. O primeiro é saber ao certo quem são nossos produtores e fazer com que o município arrecade e ao mesmo tempo invista para valer na atividade leiteira. O município de Francisco Beltrão, se industrializasse o leite que produz, conseguiria aumentar muito sua arrecadação e, com isso, também, investir em asfalto nas estradas do interior. Mais de 25 empresas recolhem leite em Francisco Beltrão e isto é um bom sinal, mas o problema é que o leite sai sem ser industrializado. Um dos fatores pelo qual as empresas não industrializam aqui é porque o leite na média tem um preço alto. Vejam bem, o preço médio é alto, mas na prática são muitos os produtores que recebem bem menos pelo leite que produzem.

Ocorre que, em campo, o mercado do leite tornou-se por demais anarquizado. Tem muito caminhão fazendo muita quilometragem, mas recolhendo pouco leite e para os pequenos produtores é quase tudo na base do “quem pode mais chora menos”. Tenho constatado que, mesmo entre pequenos produtores de leite, a diferença de preços recebidos pode variar de até quase um real por litro! Por isso Guaraciaba fez certo, criou o programa Mais-Leite e passou a cuidar a do aumento produzido e da arrecadação. As entidades por lá se reúnem e avaliam a evolução da cadeia produtiva do leite no município, tentam encontrar soluções, fazem circular as informações não apenas de preços, mas também sobre tecnologias e qualidade dos insumos.

Penso que, provavelmente, uma das grandes cooperativas de leite de Santa Catarina deverá instalar uma indústria no nosso município, mas para isso precisamos produzir leite com mais competência e com mais organização de modo a garantir um mínimo de estabilidade entre indústria e produtores de leite. Por enquanto, a boa notícia é que o Senar do Paraná deverá iniciar um projeto piloto de Assistência Técnica e Gerencial (Ateg) com leite no município de Francisco Beltrão, este é um grande reconhecimento da importância da atividade leiteira no município.

Então, mãos à obra: Francisco Beltrão Mais Leite, asfalto no interior e industrialização da sua produção leiteira!

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