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Francisco Beltrão
quinta-feira, 05 de junho de 2025

Edição 8.220

06/06/2025

A voz do pai

Geral



O pai, em casa, era uma autoridade!/Dizia o que podia e o que não podia!/Determinava o certo, e o errado!/A voz do pai, era uma voz sagrada;/Grave e pausada/Para dar conselho; firme e bem forte,/Para passar as ordens.
A voz do pai,sabia contar causos./Causos que ouvira o seu pai contar./”Era uma vez…” e lá vinha/Uma história com bichos que falavam,/Gente que voava, magos poderosos/E casas que assombravam;/E a gente, tão criança e inocente,/Galopava na garupa da imaginação.
Quanta emoção a voz do pai transmitia./À mesa, hora da janta,/Ninguém se servia antes de ouvir o pai,/Rendendo graças, e a família reverente,/
Olhos fechados, ao fim arrematava, com AMÉM!
E os versinhos que o pai dizia!?/Ninguém sabia tantos quanto ele./”Eu sabia tanto verso que sabia um saco cheio,/as formigas me bateram,/e me deixaram pelo meio…”
E às vezes o pai cantava./E o pai cantando era a cantiga mais linda que eu ouvi!/Modinhas, hinos, ternos, oilaráis…/E a filharada fazia coro/
E cada um com a sua voz, queria imitar, a voz do pai.
A voz do pai tocava os bois na canga:/”Barroso…cola branca…êra boi…”/e chamava o cavalo no potreiro:/”Tô, tô, tô, tô , tô,tô, tô, tô…”/E atiçava os cachorros nos gambás:/
“Fiu fiu, fi fi fi fiu…pega, pega, pega…
E os bichos, e até os bichos lá de casa,/Conheciam e obedeciam aquela voz./A voz do pai, tinha hora pra tudo:/Pra dar uma risada de um causo bem contado;/Ou pra ralhar se a gente desleixava./Barabaridade! Quando aquela voz trovejava uma ameaça,/Fazia a gente estremecer de medo,/Talvez fosse melhor dizer, respeito!
A voz do pai, só nunca soube se queixar de nada./ Gemer, até podia se a dor era muita./Chorar, se permitia, pelo sentimento./Mas um queixume, uma lamúria, uma maldição, /Isso jamais se ouviu, na voz do pai.
A la pucha! Parece que foi ontem!/É tão viva a lembrança, que parece/
Que ainda ouço a tua voz, meu velho!
E às vezes, quando falo com meu filho,/Dou rédeas ao sentimento…/E o som que sai, me faz escramuçar /O coração no peito./Pois ouço de mim mesmo,/
A voz do pai!


RECANTO DO CHASQUE
“A TODOS os pais que estão aqui com seus semblantes,/ e aqueles na Estância Grande, talvez mais tauras do que antes/ em poucas palavras uma homenagem eu faço/ e também ao meu velho tata, parceiro de mate que se chama Bonifácio!” Parabéns pelo Dia dos Pais indiada!
Mando um grande abraço à minha amiga de muitos anos e que há muito vem acompanhando nossas matérias, a sempre linda e simpática Elízia Piran, lá da Bonetti Picinas.
E quem eu sei que não perde essas matérias é o Cassiano Vargas, parceiro de mate, churrasco e uma boa prosa. “Só te falta comprar um flete bueno né tchê, afinal o Rio Grande tá na agenda de outubro.Te apressa índio véio!”
E o site www.tropeiros.kit.net está um sucesso! Esse é o maior galpão virtual para o ponto de encontro de todos os gaúchos e gaúchas do Paraná e Santa Catarina. Mandem fotos de encontros gaúchos,cavalgadas, artigos, e tudo o que interessarem divulgar, no e-mail da própria página em “O Chasque”!

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