Geral
“Bombeem bem este meu pingo,/da manada missioneira,/que ao zunir da boleadeira nasceu pátria sem domingo/não é matungo de gringo ruim de boca ou marchador./É um mouro!Negro e sentador, que não tem patrão que o mande./Pois pra cantar a Pampa Grande eu não peço amadrinhador. Pra quem folclore e tradição/ é uma crônica grossura/ enfiem sua incultura/ nas cinzas d?algum fogão/ sinta a força e a vibração/desta querência campeira./Tenho fé nessa carreira/ pois me acho bem montado/ e pra topar alienado/ tenho o verso por bandeira!” (José João Sampaio da Silva e Xiruzinho)
Buenas meus patrícios, eu não sou amigo do frio, mas quando o frio bate é importante se defender com um palinha ou um poncho. E vamos dar aqui uma definição do poncho.O poncho é o agasalho mais tradicional do gaúcho do campo. Pois para topar de frente com o tal do vento minuano que ressoa pelos campos abertos do Rio Grande e que vem dobrando a flexilha, é preciso estar muito bem protegido. E como estamos num calendário de frio, apesar do clima de verão, vamos então falar sobre esse artigo de proteção para as intempéries do inverno.
O poncho é uma espécie de capa de pano de lã ou simplesmente de lã pura. Tem a forma retangular, ovalada ou redonda, com uma abertura no centro por onde se enfia a cabeça.
É feito geralmente de pano azul, com um forro de baeta vermelha.
Na cama de pelegos ele serve de coberta, até porque nas cavalgadas ou tropeadas não era muito prático levar roupas de cama. Para se andar a cavalo, resguarda o cavaleiro da chuva e do frio. Quando não se está usando-o, enrola-se e ata-se nos tentos na parte posterior do basto ou lombilho na garupa do cavalo. Existe ainda a mala de poncho preparada especialmente para carregá-lo de forma mais conveniente e protegida.
O poncho pode servir também como uma arma, de defesa é claro. Nalgum fandango de fronteira quando estourava algum bochincho, o ponho sempre foi de grande valia, pois com ele o gaúcho se protegia das peleias de ferro branco. Enrolava-o no braço, ou ainda, jogava-o ao chão para desequilibrar com um puxão na hora em que o adversário nele pisasse. E na falta de uma faca, uma boleadeira também poderia ser uma arma. E nessas horas o ponchito também servia para defender o gaúcho que estivesse em desvantagem de ataque.
Há ainda algumas expressões a respeito do poncho.
–Forrar o poncho– Nalguma carreira ou aposta, ganhar uma quantia considerável de dinheiro.
–Pisar no poncho– É quando alguém dirige uma ofensa com o intuito de provocar, sempre dando indiretas.
–Por baixo do poncho– Aplica-se quando se faz alguma coisa às escondidas, de forma oculta.Por exemplo um contrabando de fronteira.
–Sacudir o poncho– É revoltar-se, ofender, desafiar alguém.
–Poncho-Bichará– É uma espécie de poncho de pura lã.Para esse a lã é tecida crua, formado cordões da grossura de uma caneta.Primeiro em linhas verticais e depois em linhas horizontais.É um trabalho totalmente artesanal e muito bonito.O resultado é um poncho grosseiro e pesado.
–Poncho de provisório– É uma capa de pano, aberta na frente, com botões e casas e ainda com aberturas laterais em sentido vertical para saída dos braços.Recebeu esse nome por terem sido usadas pelos soldados provisórios da Brigada Militar do RG na revolução de 1923.
–Poncho dos pobres– Esse esta ao alcance de todos! É o SOL que nos ilumina todos os dias.
–Poncho-pala– É um ponchito leve de seda, de vicunha ou de lã.Tem forma retangular com franjas nas extremidades. É usado vestido ou enrolado no pescoço como cachecol.
–Poncho-reiúno– Era parte