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Francisco Beltrão
quinta-feira, 05 de junho de 2025

Edição 8.220

06/06/2025

Poesia do Bivaque Nativo

Geral


Bueno gaúchos e gaúchas que nos acompanham por este corredor, justificando o objetivo do nosso trabalho, que é de colaborar de forma cultural para com vocês, achei de mui importância incluir sempre na primeira sexta-feira do mês uma poesia completa. Vejo na poesia toda a sensibilidade que escritor poeta transmite em palavras, tão importante quanto a interpretação bem feita.Mostraremos aqui poesias inéditas ou que marcaram época. E trago hoje uma poesia que foi uma das vencedoras do 6º Bivaque da Poesia Gaúcha realizado no CTG M?Bororé, na região da grande Porto Alegre.


Assim me entendo
(Colmar Pereira Duarte)


Chegara no bolicho, aquele dia,
Pra saber novidades, ver parceiros;
Me entreverando à charla domingueira
Onde vem lamber sal a gauchada
Livre da canga da semana inteira.
E, também, pra mostrar ao meu gateado
A estrada real e os ranchos dos caminhos.
Quem doma sabe
O quanto andar estradas
Tira baldas e amansa caborteiros.
E esse gateado, já pegando freio,
só sabia de várzeas e quebradas,
nunca seguira o rumo dos tropeiros.
Dentro da venda andava solta a prosa.
A cara franca, o riso alegre, o gesto largo;
A canha, o vinho, em vez do mate amargo,
Na comemoração desses momentos
Casuais pra quem vive como os ventos,
Solito na amplidão verde dos campos.
Recostado ao balcão, num banco tosco,
ia sabendo as “novas”das estâncias
vendidas pra algum gringo
aqui chegado com muita grana e pouco a ver conosco.
Nalguma, nem há mate no galpão
-bebida insonsa para o patrão novo-
a carne pra comida, vem do povo
e se troca o churrasco por… por pirão!
E os nomes que eles têm?
Coisa estranha!
Os da Silva, os Fagundes, os da Costa,
Que vieran desbravar esta campanha,
Se ausentaram, deixando para a história
Marcas e nomes vivos na memória
Ou lembranças na cruz de algum cemitério.
Sei que há muito gringo macanudo
Com o jeito daqui onde nasceu.
Mas, quantas gerações;
Pra entender tudo o que entende um pêlo duro,
como eu?
Se DEUS bafeja a vida pra quem nasce,
O barro foi a terra que lhe deu!
Estava assim, maneado das desditas,
Quando avistei na porta emoldurado
Seu corpo de mulher moça e bonita.
No mesmo instante me esqueci dos gringos;
Senti meu coração pedindo cancha.
E, embora ela chegasse indiferente,
Me sofrenou a fala, de repente!
E algo mudou em mim, sua presença.
Algo que não se vê…
Mas que se sente;
Algo que não se sabe, mas se pensa.
Por isso, quando a moça foi embora
Pelo caminho que leva ao passo,
Eu convidei o redomão na espora
E, de chapéu na mão, ergui o braço.
Respondeu meu a

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