Geral
Os principais acontecimentos ocorridos no Sudoeste entre 1951 ? documento ?A quem interessar possa? ? e 1961, quando da desapropriação da Gleba Missões e parte da Gleba Chopim, tem como pano de fundo a região ?sub-judici?, ?área de fronteira? e todos seus habitantes eram posseiros, tanto na área urbana como rural.
Os atritos entre posseiros e grileiros, principalmente no ano de 1957, tiveram grande repercussão, tanto na imprensa como no parlamento. O que aconteceu em setembro de 1957 em Santo Antonio e Capanema foi mais grave, e por ser área de fronteira e, portanto, de segurança nacional, levou o governo federal a dar um ultimato a Moisés Lupion: apaziguar a região ou haveria intervenção federal no Paraná.
Os acontecimentos posteriores revelam que Lupion recuou para não perder o governo: retirou o apoio do governo do Estado às empresas grileiras e seus jagunços. Isso em setembro.
É possível, portanto, afirmar que a concentração de posseiros dia 9 de outubro de 1957 em Pato Branco, dia 10 em Francisco Beltrão e dia 13 em Santo Antonio, foi mais uma festa para consolidação da vitória. Tanto é verdade que não houve resistência dos jagunços e nenhum tiro foi disparado.
O que aconteceu no Sudoeste revela que quando o campo e a cidade se unem em uma luta a vitória acontece.
O recuo do governo Lupion em setembro pode ser constatado nas entrevistas dos coronéis Alcebíades Rodrigues da Costa (da Polícia do Estado) e Henrique Dias (do Exército), no livro ?1957 – A Revolta dos Posseiros?, de Iria Zanoni Gomes, e na entrevista do advogado João Abs Cru, no livro ?Entre jagunços e posseiros?, de Rubens S. Martins.
Todos os fatos revelam que o que aconteceu no Sudoeste foi uma revolta de posseiros, e não de colonos.