Geral
A Cango foi instalada em 1943 no Distrito de Bom Retiro, atual município de Pato Branco, ponto final da estrada de rodagem que vinha de União da Vitória.
Sittilo Voltolini, em seu livro ?Origens de Pato Branco?, escreveu: ?A administração da Cango, comandada pelo capeano Eduardo Virmond Suplicy, impedida de chegar ao seu destino por falta de estradas, instalou-se em Pato Branco. Sorte da vila, sorte do Distrito de Bom Retiro, sorte de Pato Branco. A Cango chegou forte, com máquinas, veículos, equipamentos, diretoria administrativa e … dinheiro. Provocou uma revolução na modesta vila de Pato Branco. Um movimento jamais visto de pessoas, caminhões, máquinas pesadas, para rasgar estradas para chegar com toda parafernália ao destino final: o povoado de Rio Marrecas?.
Trabalhavam na construção da referida estrada, entre outros, Antonio de Paiva Cantelmo, Julio Assis Cavalheiro, Carlos Mendes de Oliveira, José Siqueira Azevedo, Florindo Penso, Otaviano Teixeira dos Santos, Antonio Cordeiro.
Antonio de Paiva Cantelmo, que era tratorista, na entrevista para a edição histórica do jornal Folha do Sudoeste, em 1977, feita pelo professor Nivaldo Antonio Oliskoviscz, afirmou: ? Em fins de 1946, em setembro, chegamos com as máquinas em Francisco Beltrão pela primeira vez.?
O carioca, simpático e alegre Jair de Freitas, que ocupou o cargo de assistente administrativo desde o início até 1957, passando por sete administradores, na entrevista na edição histórica, afirmou: ? Em 1946 foi tudo transferido para Marrecas, ficando instalada provisoriamente, enquanto terminavam a nova sede, depois do Marrecas, ali na frente da Praça da Liberdade?.
Sobre esse momento da história do Sudoeste, escrevi no meu livro ?Paraná: Terra de todas as gentes e de muita história?: ?Portanto, com a criação da Cango, começou efetivamente o povoamento do Sudoeste do Paraná. Muitos vieram do Noroeste do Rio Grande do Sul. O povoamento daquela região foi o resultado, entre outros fatores, da expansão do capitalismo europeu. Os migrantes europeus recebiam, no Noroeste do Rio Grande do Sul, lotes de terras de 60 hectares. Aos poucos o tamanho médio das propriedades na região foi diminuindo para 44.30ha e finalmente chegou a 25ha. Enquanto diminuía o tamanho da propriedade, aumentava a população, principalmente pelo alto índice de natalidade. Esse fato levou ao empobrecimento dos colonos, que foram forçados, assim, a procurar novas terras. Entre outras regiões, deslocaram-se para o Sudoeste do Paraná, principalmente por ser a ecologia semelhante ao Noroeste do Rio Grande do Sul.
A Cango era um órgão público federal e os lotes de terra eram distribuídos gratuitamente, o que era mais um fator que favorecia a grande migração interna para a região.
Ela construiu estradas e pontes para facilitar a locomoção de pessoas e da produção. A Cango instalou uma serraria, inicialmente em Santana e depois em Santa Rosa, para serrar madeira para a construção de casas para os colonos. Construiu o primeiro hospital e a primeira farmácia, levando para a região o primeiro médico, dr. Eduardo Winter, o primeiro farmacêutico e o primeiro dentista. Construiu as primeiras selaria, marcenaria, olaria, cerâmica, ferraria e oficina mecânica, para atender aos primeiros habitantes. Construiu a primeira escola, inaugurada em 3 de maio de 1948, e contratou a primeira professora, Idalina Zancan.
A Cango realizou na região um eficiente trabalho de povoamento e colonização, construindo obras de infra-estrutura, dinamizando a vida social e cultural da comunidade, dando início para o grande progresso que o Sudoeste possui hoje.?
Sobre a administração da Cango, escrevi em 1977, na edição histórica da Folha do Sudoeste: ?A Cango, que foi o motor do progresso e desenvolvimento de Francisco Beltrão e Sudoeste do Paraná, era um órgão do Ministério da Agricultura. Teve, durante os anos que atuou na região, vários administradores. Inicialmente havia sido nomeado o engenheiro Enéas