14.4 C
Francisco Beltrão
quarta-feira, 25 de junho de 2025

Edição 8.233

26/06/2025

O Estado contra a cidadania

Estado

Fica difícil entender tantas anomalias praticadas por quem, constitucionalmente, tem o dever de honrar seus compromissos e melhorar a vida das pessoas. Não se pode visualizar um “alguém”, uma instituição, ou um sistema como o culpado pelo enorme e descabido descaso em quase tudo. O engripamento está por todas as engrenagens da máquina estatal. Basta olhar para as ruas. Formamos uma porção de marginais, homens e mulheres que se dizem “preocupados” com a situação e que vão para as praças e avenidas para protestar. São cidadãos desmiolados que, de verdade, não sabem por que existem e nem qual a serventia de tais manifestações. Reclamam contra o mau serviço do transporte público e, em represália, incendeiam ônibus, quebram bancos, saqueiam mercados. Estas ações são a prova cabal e indiscutível dos resultados da impunidade generalizada que sempre imperou… Ora, se está ruim, o quebra-quebra não deixa tudo pior? Quem paga a conta de tanta hipocrisia? As respostas podem ser muitas. O nosso sistema democrático foi construído sobre uma base parlamentar congressual, velha interesseira do “quanto pior, melhor!; e do que fique tudo igual”. Um amontoado de mentiras, de engodos, de faz-de-conta! No Brasil, a lei, teria alguma finalidade? Pelo menos, para preservar a ordem pública e o direito do cidadão, a finalidade está no brejo. A Câmara dos Deputados, o Senado Federal, o Poder Judiciário por seu representante maior – o STF, hoje mais legislador do que nunca -, os ministérios e secretarias, estão contaminados pelo mal de sempre. O mal de sempre deixa o cidadão sem respostas, de mãos atadas, vendo ao longe o barco afundar. O agravante constitucional abraça-se com a eterna miséria da corrupção política que, para corrigir as distorções e colocar todos sob o cabresto da lei e da punição, não interessa ao Congresso Nacional. Aliás, nunca interessou. Eles adoram enrolar, enrolar, enrolar… E depois, dê-lhe CPI. O sistema eleitoral construído sobre bases falsas aliado com as funções parlamentares fora do bom senso colaboram desastradamente para o caos que se aproxima. A justiça, sob o manto processual, vive abarrotada de ilusões, e se ufana da velha sabedoria dos direitos. Mas a melhora, ou remédio para a cura do mal, não será tão cedo descoberto, uma vez que a receita deveria brotar no Congresso Nacional – um órgão parlamentarista para uma democracia presidencialista. Estamos diante da desconstrução do Estado de Direito. Os poderes concentrados da União, no sistema econômico e tributário, onde quem manda faz o que quer, deixam os municípios sem ação, sem ordem e sem dinheiro. As duas fontes básicas do desenvolvimento – saúde pública e educação – não funcionam e são os trampolins das campanhas políticas das mentiras deslavadas. Nem mesmo a saúde privada funciona. Se não existe um sistema político eficiente, como teremos um sistema judiciário competente? Ao País navegante de tão desastrada rota, não lhe interessa um judiciário honesto, eficiente, enxuto, ágil… Quem seriam os beneficiários desta confusão? A resposta é simples: os políticos imediatistas, carreiristas. E os empresários corruptos e os trabalhadores ideológicos e que se pensam eternos! Dentro em breve seremos uma ditadura democrática – se já não somos – sem limites e sem mudanças. Somos o Estado de Direito apregoado pelos desmandos do Estado Laico e pelos que o defendem. O futuro do povo brasileiro está cheio de sombras… De sombras sinistras!

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Destaques