princípios
Bate nos meus ouvidos a velha canção: “Esse povo chora tanto, mas não sabe onde dói.” Muito parecida com a poderosa, quando sobra tempo, ouvir certos programas de rádio nos remete a sérias reflexões. Dá a impressão de estarmos dentro de um mundo de loucos. As pessoas, por razões diversas, perdem suas referências. E com elas entregam a própria alma. Grande parte dos indivíduos são eternos chorões e graciosos acomodados. Em coro, formam uma impressionante choradeira – queixas sobre problemas seus e de outros, sem nunca encontrarem motivos próprios para uma reação contrária. São mortos por dentro. “Morto por dentro” significa que a pessoa não encontra sentido para a vida e não consegue motivação interior (por si mesma) para atropelar as dificuldades. A conclusão óbvia é a de estarmos nos derradeiros instantes do apocalipse. Reclamam do céu e do inferno. E tudo está contra elas. A rotatória foi colocada no lugar errado. A lombada poderia ser mais adiante. Ruas de mão dupla são uma desgraça. As de mão única dão prejuízo ao comércio. Falta estacionamento na avenida, no centro e nos bairros. O sinal vermelho fecha rápido e, quando abre, demora tanto. A faixa de pedestres provoca engarrafamentos. Os funcionários do Faixa Azul deixaram a chuva molhar a pista. O Conselho Tutelar mandou jogar a bola no quintal do vizinho… A professora não ensinou o tema de casa… E ligam para programas de rádio, metem a lenha em todo mundo e, segundo suas cabeças, a culpa é sempre dos outros… E do governo! O cidadão tem o sagrado direito de reclamar, sim! Mas antes deve cuidar – e muito bem – do seu dever. Motoristas reclamam do trânsito, mas nada fazem para minorar a situação quando estão ao volante. Fica simples xingar a professora, mas na hora de exigir empenho dos filhos, os pais tiram o corpo fora. Tais pessoas vivem deprimidas, confusas, assustadas. Nelas falta o principal: amor a si próprias.
Quando estamos cheios do principal…
Quem sabe, você, leitor, está cheio do verdadeiro teor que faz um homem ou uma mulher ser a verdade. Um grande amigo vive me questionando sobre a verdade religiosa e valores imutáveis. E sempre começa uma indagação apresentando uma tese. Tese enquanto tese será sempre tese. Teoria enquanto teoria não deixará de ser um eterno nada! Não pude deixar de explicar ao meu amigo que a verdade não tem sobrenome. Por isso ela é inseparável de todas as coisas e está presente em todo lugar. Em muitas ocasiões, a verdade surge para convencer e, em outras, talvez, até para condenar. Por isso ela é comparada a uma faca de dois gumes: corta e separa! A verdade não admite dúvidas! Entendendo melhor: não há uma verdade religiosa ou uma verdade científica, há a verdade! E, para deixar tudo nos trinques, quem sabe possamos entender a verdade como fato! E fato jamais será tese! Encher-se da verdade é encher-se de amor. Com isto surge a sabedoria e a sabedoria se ganha pela fé! Esta é a única riqueza do homem e da mulher desta terra. Quando estamos cheios do principal, receberemos outro presente: o dom do entendimento! Seremos então homens e mulheres novos e deixaremos de correr atrás de mesquinharias. Esta é a maior tarefa política de todos os homens e de todos os governos. Mas se você não buscar a verdade, será sempre o eterno chorão de todas as mixarias. Os queixosos do racismo e dos preconceitos amam estar dentro desta parafernália.