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Francisco Beltrão
terça-feira, 01 de julho de 2025

Edição 8.236

01/07/2025

Por que não padronizar o trânsito urbano?

Sempre que passo por uma rua com placas de 40 por hora e os carros andam a 50, 60, 80 e nada acontece com quem desrespeita as placas, algo me diz que tem coisa errada. Numa rodovia de 100 por hora, para alertar que vem uma curva aparece lá uma placa de 60, e às vezes até de 40. E todos passam a 70, 80 ou até mais. E nada lhes acontece. Nem capotam, nem são multados. Mais adiante, outra placa suplicando: “Motorista, respeite a sinalização!” Sério? Se eu baixar pra 40, me batem na traseira. Ou me ultrapassam com um buzinaço.

No tempo em que vivemos, o trânsito de veículos, mais do que qualquer outro meio de transporte, precisa de todos os cuidados e, para isso – concordo –, devem existir leis e, para quem as transgride, punições. Desde, claro, que haja coerência. Olhar os dois lados. Eu noto falta de placas alertando “placa, respeite o motorista”. Ou, para ser mais direto: legisladores, técnicos e autoridades do trânsito, respeitem os motoristas.

As placas estabelecem velocidades que garantem segurança máxima, mediante pesquisas e estudos técnicos? Tudo bem, mas em termos. Risco sempre existe. Se a velocidade de alguns é muito alta, risco de bater. Se a velocidade de alguns é muito baixa, risco de irritação, impaciência, ultrapassagem perigosa. Por que não buscar uma velocidade de consenso e padronizada para todo o perímetro urbano?

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O que se nota nas estradas, de 100 ou 110 por hora, com fiscalização eletrônica, é que todos seguem uma velocidade regular. Mas quando acaba a sinalização, aí é um Deus nos acuda. Logo se percebe que aqueles comportados do trecho fiscalizado agora abusam.

Como chegar à velocidade padrão? Com estudos técnicos, sim, mas ouvindo moradores e também motoristas. E qual poderia ser a velocidade padrão para uma cidade? Se alguém bater o pé em 40 é porque quer que tudo fique como está, uma bagunça. Também não quero afirmar que seria 50 ou 60. E não precisa ser um número redondo, terminado em zero, pode ser 50, mas pode ser 55, 52, 53, 49, 48, mas 40 não! Todos sabem que essa placa de 40 é pura enganação. É um desrespeito aos motoristas. “Mas tem escolas, tem hospitais.” Põe lombada, lombada de concreto, ou asfalto, não lombada eletrônica. E nos demias trechos, padronizados, põe radar móvel. E ouve a população. O radar móvel vai onde alguém diz “olha, aqui, tal hora, tem motorista correndo demais”. Vai lá, faz o flagrante, e aí sim a multa é bem merecida. Porque foi desrespeitada uma velocidade padrão. A multa não veio de simples distração, como acontece hoje, porque você – socorro, pé no freio! – passou nos fundos de um colégio a 45 por hora!

Se a velocidade for padronizada e as placas forem verdadeiras, todos respeitam e todos têm moral para exigir que haja respeito à sinalização. Sem exceção. Motos também. É um jeito de contar com mais gente ajudando para termos trânsito seguro na prática e não seguro apenas na teoria.

Motorista, respeite a sinalização! Sim!

Sinalização, respeite o motorista! Por que não?

*Ivo Pegoraro é jornalista em Francisco Beltrão desde 1979

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