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Francisco Beltrão
segunda-feira, 30 de junho de 2025

Edição 8.235

28/06/2025

Uso inadequado de suplementos pode causar danos à saúde

Geral

A questão estética, especialmente o imediatismo na obtenção do corpo desejado, é a principal motivo para o alto consumo de substâncias sintéticas relacionadas que produzem o aumento da massa muscular e cujo consumo não terapêutico pode provocar uma série de prejuízos à saúde, além do mais muitos desses consumidores são pessoas com vigorexia (doença psicológica em que a pessoa, mesmo sendo forte e desenvolvida, se enxerga ?pequena?), e então buscam o uso de anabolizantes e suplementos alimentares para obter resultados mais satisfatórios.
Já é sabido que os anabolizantes são altamente prejudiciais ao nosso corpo, seus efeitos colaterais são difundidos, porém, nem sempre levados a sério.  Atualmente é comum  o uso de suplementos alimentares em busca de resultados satisfatórios a curto prazo, porém, o abuso e a falta de uma legislação rígida facilita o acesso a essas substâncias que são compradas facilmente de forma ilegal em farmácias e algumas academias sem a utilização de receita médica.
Segundo um estudo, o problema afeta uma parcela significativa da população, já que, segundo a Unifesp, 62% dos jovens usuários de academia em São Paulo usam a suplementação e o pior é que 80% sem qualquer recomendação profissional. Outro estudo, conduzido pela USP, demonstrou que duas, entre 43 pessoas, souberam indicar corretamente a finalidade do produto que consumiam.
O suplemento alimentar é um produto constituído de pelo menos um desses ingredientes: vitaminas (A, C, complexo B, etc.) minerais (Fe, Ca, K, Zn, etc.) ervas e botânicos (ginseng, guaraná em pó), aminoácidos (BCAA, arginina, ornitina, glutamina), metabólitos (creatina, L- carnitina), extratos (levedura de cerveja) ou combinações dos ingredientes acima e, não deve ser considerado como alimento convencional da dieta (PORTER, 1995; APPLEGATE; GRIVETTI, 1997; ARAUJO et al., 2002).
O uso inadequado dos suplementos  alimentares podem trazer efeitos como aumento do sono, problemas intestinais, renais e hepáticos, edema abdominal, agitação, perda de coordenação motora, problemas cardíacos e perda de cálcio.
Vários autores relatam os efeitos dos suplementos alimentares. Para Longenecker (1998), por exemplo, o crescimento dos ossos, na puberdade, pode ser interrompido pelo uso indiscriminado de suplementos, chegando até a atrofiar o crescimento. Seu uso é perigoso em crianças, por causa do seu efeito virilizante. Podem causar retenção de sódio, carcinoma da próstata (Goth, 1975). Depois da puberdade, podem causar esterilidade, desinteresse sexual, icterícia obstrutiva (sobrecarga hepática). Longenecker (1998) afirma que “os suplementos podem produzir efeitos adversos em todos os sistemas do corpo.
Pesquisas da AAOS (American Academy of Orthopaedic Surgeos) indicam que os suplementos em excesso podem causar agressividade, mudanças de personalidade, inclusive podendo se tornar passíveis ao vírus HIV (devido à fragilidade do sistema imunológico), pois em alguns casos são utilizados através de seringas. Outros sintomas são a sensação de euforia (bem estar), depressão, agitação e insônia.
Existem suplementos que são utilizados para uma melhor qualidade de vida ou desempenho físico (comprovados cientificamente), entretanto o uso inadequado pode levar a problemas de saúde grave. Um exemplo clássico é a falta de ferro (CLARKSON, 2002) em que sua deficiência pode levar a perda da performance nos trabalhos de endurance. Porém, megadoses criam desequilíbrios em outros minerais, sobretudo na absorção do cobre, e seu uso prolongado pode gerar problemas cardiovasculares (CLARKSON, 2002).
Os compostos de aminoácidos e vitaminas, segundo o doutor Victor Matsudo, do Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul (Celafiscs), geralmente são ingeridos sem necessidade, pois, as quantidades produzidas pelo organismo geralmente são suficientes para uma vida saudável.
Portanto, há necessidade imediata de um controle maior das autoridades e agentes de saúde na comercialização e esclarecimento destes produtos, como também conscientização das pessoas dos riscos quando utilizado sem orientação e/ou utilizados de forma inadequada.

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