Entidades, empresas, profissionais diferenciados, esbanjando qualidade, não faltam. Talvez falte a gente acreditar mais nos santos de casa.
Se tem uma frase que define bem a cultura de não valorizar o que é nosso é a tradicional “santo de casa não faz milagre”. A nossa cabeça acostumou com a ideia de que santo bom é o que aparece na Globo, que tem nome nacional. E a gente deixa de lado e não dá valor a muita coisa boa que é da daqui. Temos exceções, marcas como a Marel estão entre as que nos orgulham, têm o nosso respeito e, tenhamos ou não condição de adquirir seus produtos, acreditamos e propagandeamos a sua qualidade. É uma empresa com 50 anos de história, que não à toa conquistou seu espaço, respeitabilidade e valor. Mas temos muitas outras, mais jovens, atuando nos mais diversos setores e oferecendo qualidade que se equipara ou supera a das marcas nacionais, sem, no entanto, se tornar referência na nossa cabeça. Claro que nem toda a culpa é minha ou de vocês, 14 leitores. Diferentemente das grandes, que investem tanto em qualidade quanto em marketing, algumas das nossas boas empresas parecem sofrer do complexo de vira-latas e ficam meio escondidas dentro da casinha, sem valorizar como deveriam os produtos ou serviços que oferecem. Mas cada organização tem seu jeito de trabalhar, sua cultura, forças e limitações e, de fora, fica molezinha opiniar. Mas nem é pra dar palpite sobre o que as empresas devem ou não fazer que resolvi escrever. O motivo dessas mal traçadas linhas é destacar santos de casa que fazem milagre. E como você vai notar, santos que atuam em segmentos bem diferentes. Um deles é o Anila Thermas, local excelente, bonito, com bom serviço e que fica a poucos minutos do centro de Francisco Beltrão. Um dos pontos fortes é a água termal de temperatura bastante agradável. “É uma das melhores águas que conheço”, me garantiu o Gelson Corazza, no início do ano, quando tomamos um chimarrão no Anila. Certamente visitei menos opções que ele, mas tive a mesma impressão. Além da proximidade – se esquecer a bomba em casa, dá pra voltar buscar, e chegar no Anila antes que a água do mate esfrie -, destaco a limpeza do local e a segurança das piscinas, que é detalhe importante para quem tem filhos. Claro que, para quem se preocupa com redes sociais, o Anila talvez não dê aquele status de uma selfie na praia – nem o mal-estar decorrente da água contaminada. Mas gosto é gosto. Quando pensar em passeio ou férias, sugiro que considere esta opção caseira. E por falar em gosto, recomendo a você, leitor não vegetariano, que prove os produtos do Frigorífico Thomé, aqui de Nova Concórdia, interior de Beltrão. Bem temperada e com gordura na medida certa, a linguicinha Thomé, a meu ver, deixa as marcas famosas no chinelo. Pra ser sincero, só compro outra se não tiver Thomé – e geralmente me arrependo. Niomar Pereira, colega aqui de JdeB recomenda também o salame. Aliás, se ganhar uma grana no 5º Prêmio Fecomércio de Jornalismo, em que é um dos finalistas, Niomar já prometeu, vai comprar dois quilos de salame Thomé pra comemorar com a galera aqui da redação. Sim, estamos torcendo por ele. E, sim, a gente come salame, cuca, queijo e bolacha da feira livre. Já chegando perto do fim do texto, quero lembrar também das cooperativas de crédito que nasceram, cresceram e expandiram a partir daqui. Ao contrário dos grandes bancos, são instituições que investem aqui, deixam recursos aqui e se envolvem e apoiam as causas da cidade, da região. Diferentemente da indiferença dos bancos. O contraste entre cooperativas e instituições financeiras privadas é tamanho que todo o cidadão com um mínimo de consciência deveria ter conta em uma delas, o que as fortaleceria ainda mais. E opções não faltam: Cresol, Sicoob, Rodocrédito, Sicredi e Uniprime. Entidades, empresas, profissionais diferenciados, esbanjando qualidade, não faltam. Talvez falte a gente acreditar mais nos santos de casa.