15.9 C
Francisco Beltrão
terça-feira, 17 de junho de 2025

Edição 8.227

17/06/2025

Agradar a gregos

Geral


O ser humano é a única criatura que se preocupa com a opinião dos outros. Ele fica imaginando: se eu fizer assim, as pessoas vão pensar uma coisa; se fizer assado, vão pensar outra. Na verdade, qualquer que seja nossa atitude, sempre haverá alguém pronto para criticar ou dar alguma opinião de palpiteiro.
Em matéria de meter o bedelho onde não devemos, não há como negar: somos mestres. Espiritualmente, o homem é tão atrasado e bronco que, para se ter uma idéia, na época de Jesus, tiveram a coragem de crucificá-Lo trocando-O por Barrabás, um criminoso condenado. O atrevimento e a audácia do pensamento humano não têm limites nem fronteiras.
Citamos o exemplo de Cristo apenas para justificar que à massa ignora o provérbio ?não se pode agradar a gregos e nem a troianos?, é uma sentença factual para explicar que, se a ignorância humana é tamanha para condenar uma criatura como Jesus, imagine-se então, o alcance do tripúdio que fazem com seres comuns como nós.
Toda vez que vamos na conversa das pessoas, é preciso tomar muito cuidado, pois não raras vezes, fazemos papel de idiotas. Dizem que “se conselho fosse bom, ninguém dava, mas venderia”. De fato, na maioria dos casos as orientações são boas, todavia, devemos nos acautelar, porque nem todo mundo tem condições de aconselhar. É preciso conhecer a pessoa que o faz.
Seres humanos matreiros, espertos, maliciosos, invejosos e egoístas, dificilmente dão conselhos e/ou fazem críticas em proveito do próximo. Quem os recebe, caso não perceba isso, é ridicularizado, tem dissabores ou prejuízos materiais. A rigor, não devemos nos influenciar pelo palavrório das pessoas, pois se nos importarmos muito com o que dizem pelo que fazemos ou dizemos, viveremos sempre em conflito mental, não teremos autonomia para nos discernir e acabaremos marionetes daqueles que gostam de manipular seus semelhantes.
Por isso, manter uma certa distância de conselhos e opiniões, mormente quando não sabemos muito a respeito da pessoa que os oferece, pode ser prejudicial financeiramente se o assunto for negócios. Outrossim, não devemos desconfiar de tudo e de todos, de forma aleatória, como se ninguém merecesse confiança.
Todavia, se estamos envolvidos em alguma relação humana, seja comercial, social ou política, temos a obrigatoriedade de nos precaver. Se agirmos sempre na boa-fé, nunca nos faltarão premonições e/ou avisos que nos livrarão de problemas financeiros, anímicos e até mesmo físicos. Nossa mente é como uma pequena central de forças que recebe descargas de outras centrais. Se o pensamento for bom, sempre receberemos apoio e proteção.
Nossa história mostra o quanto é impossível satisfazer o gosto de todos:


“Um velho, um menino e um burro faziam uma viagem. O menino e a bagagem iam em cima do burro, e o velho puxava-os. Ao chegarem no primeiro povoado, as pessoas ficaram indignadas, pois achavam errado o fato de um menino tão forte e saudável viajar em cima do burro, enquanto um velho, cansado, ia a pé, puxando-os.
O velho então resolveu mudar as coisas: colocou o menino para puxar o burro, e ele foi sentado em cima do animal. Quando chegaram no próximo vilarejo, as pessoas censuravam:


? Que barbaridade! Uma criança puxando esse senhor com toda essa bagagem… isso é um absurdo!


O velho resolveu, então, colocar só a bagagem em cima do burro, enquanto ele e o menino caminhariam puxando o animal. E qual não foi sua surpresa quando, na próxima parada, ouviu o que as pessoas comentavam:


? Quanta ignorância! Colocaram a bagagem em cima do burro, e o velho e o menino se põem a andar a pé!


Assim em nenhuma situação conseguiram contentar as pessoas. Moral da história: portanto a melhor coisa a fazermos é aquilo que nossa consciência e nossos valores nos orientam, pois jamais agradaremos a todos.”

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Destaques