Geral
As pessoas ficam abismadas e boquiabertas perante as maravilhas que o homem com sua habilidade e inteligência consegue fazer: calcular máquinas incríveis que desenvolvem operações mentais complexas; inventar aparelhos mirabolantes que facilitam a vida humana; estudar microorganismos para prolongar a vida com mais saúde, e uma infinidade de outros assuntos, sejam supérfluos ou importantes.
Para fazer tudo isso ele se utiliza exclusivamente do seu intelecto, ou seja, sua capacidade de raciocinar, de usar a mente para criar situações e coisas no sentido de facilitar a vida material. Mas, parece que todo esse tremendo progresso tem sido uma amarga ironia e/ou paradoxo de seu destino: o homem não sabe ?inventar? uma única e sequer pílula que o ajude a ser bom, justo e correto.
Ou seja, ele quer melhorar o mundo, facilitando a convivência, mas esquece-se de iniciar isso pela sua própria espécie. Prega o amor universal entre os homens ao mesmo tempo em que fabrica bombas de hidrogênio para destruí-los. Vangloria-se de que todos os anos aumenta a safra de grãos e cereais, mas o número de famintos e esfomeados parece não diminuir.
Na medicina, ao invés de buscar respostas na natureza, cria em laboratórios uma infinidade de remédios de compostos químicos cada vez mais complexos, que ministrados aos pacientes, torna-os mais e mais dependentes dessas modernas drogas. Ao que parece, o objetivo não é ficar menos rico e desejando a pronta recuperação dos doentes.
Que triste ironia: o homem quer conquistar o mundo e ainda sonha com outros planetas, mas, de si próprio nada sabe. Ele se comporta igual a alguém que mal aprendeu a dar os primeiros passos, já quer sair correndo. É um ser (ressalvadas raríssimas exceções) ridículo, estúpido e arrogante.
Falar em salvação da humanidade pelo que está ocorrendo aos homens no mundo (mortes horríveis, transformações geológicas violentas, etc.) parece-nos algo utópico, pois a verdadeira vida espiritual há muitos séculos os abandonou. As religiões não são resposta para nada, porque se o fossem, os seres humanos não estariam vivendo nesse descalabro total em todos os sentidos da atividade humana.
Tem razão o escritor Paul Brunton, em sua obra O Caminho Secreto quando afirma que ?A mente humana está demasiado predisposta a se deixar hipnotizar pelo materialismo que a cerca, e para muita gente a vida espiritual se converteu num mito. É estranho e triste de verificar que, enquanto os cientistas mais eminentes e os intelectos mais perspicazes estão se achegando à interpretação do universo e da vida sob o prisma espiritual, as massas cada vez mais se distanciam e se entregam ao materialismo grosseiro, que as primeiras tentativas torpes da ciência parecem justificar.?
Nossa história mostra que para consertar algo grande, devemos iniciar pelo pequeno: ?Um cientista vivia preocupado com os problemas do mundo e estava resolvido a encontrar meios de melhorá-los. Passava os dias em seu laboratório, em busca de respostas para suas dúvidas. Certo dia, seu filho de 7 anos invadiu o seu santuário decidido a ajudá-lo a trabalhar.
O cientista, nervoso pela interrupção, insistiu para que o filho fosse brincar em outro lugar.
Vendo que seria impossível removê-lo, o pai procurou algo que pudesse ser oferecido ao filho com o objetivo de distrair-lhe a atenção. De repente, deparou com o mapa do mundo e pensou: ?É isso.?
Com o auxílio de uma tesoura, recortou o mapa em vários pedaços e, junto com um rolo de fita adesiva, entregou-o ao filho, dizendo:
? Você gosta de quebra-cabeças, não é? Então, vou dar-lhe o mundo para consertar. Aqui está o mundo todo quebrado. Veja se consegue consertá-lo bem direitinho. Faça tudo sozinho.
Calculou que a criança levaria dias para recompor o mapa. Algumas horas depois, ouviu a voz do filho que o chamava calmamente…
? Papai, papai, já fiz tudo. Consegui terminar tudinho!
A princípio o pai não deu crédito às palavras do filho