10.4 C
Francisco Beltrão
quinta-feira, 12 de junho de 2025

Edição 8.224

12/06/2025

O poder do controle

Geral

São pouquíssimas as pessoas que têm o poder de controle sobre si mesmas. Às vezes, nossa capacidade de desejar e fazer as coisas chega a um limite quase absurdo. É quando botamos os pés pelas mãos, como se costuma dizer popularmente, ou seja, nosso comportamento vai além do normal e ponderável.
Na sociedade, um exemplo típico é o daquele comentário muito utilizado por pessoas que têm problemas com a bebida: Eu bebo sim, mas socialmente. A ciência já definiu o alcoolismo como uma doença. As pessoas não reconhecem isso e continuam bebendo até que acontece uma desgraça maior.
 Como vivemos numa sociedade muito diversificada, na qual há mil e uma maneiras de fazer as coisas erradas, as pessoas não têm orientação devida para evitar armadilhas que possam lhes causar transtornos. Afora a bebida, somos também cegamente atraídos pela alimentação.
Difícil também se torna o controle da nossa vontade para atividades esportivas de risco de vida, ou seja, aquelas conhecidas como perigosas e que elevam o nosso termômetro da adrenalina para mil graus. Quem tem saúde plena, nem sempre se preocupa com a vida, pois imagina que nada de ruim vai acontecer.
Na verdade, gostamos muito do nosso ego e exibi-lo na sociedade é uma fraqueza que rompe qualquer poder de controle de fazer as coisas. Quando não a refreamos, corremos os riscos da responsabilidade. Isso sempre ocorre quando queremos mostrar à sociedade que somos melhores do que os outros.
Se conseguíssemos controlar nossos ímpetos e nossas paixões, certamente, haveria no mundo menos violência, menos ganância, menos adultério, menos desconfiança, menos traição; por outro lado, haveria mais amizades sinceras, mais amor, mais solidariedade, mais harmonia e quem sabe, a paz de um modo geral até fosse possível.
A verdade é que não temos o poder do controle nem sobre nós mesmos, quando, por exemplo, executamos determinada tarefa manual e nos machucamos. A primeira coisa que acontece é um cabeludo palavrão que sai de nossa boca, seguido de uma inevitável irritação nervosa que nos deixa imensamente descontrolados.
No trato com as pessoas, mormente aquelas pelas quais não temos muita simpatia nem paciência, invariavelmente perdemos o controle das nossas emoções. Ofendemos, insultamos e às vezes até chegamos às vias de fato. Há pessoas que após praticar atos negativos ainda se acham no direito de ter razão, pois não reconhecem que estavam erradas.
Elas são nocivas à sociedade, pois além de perderem o domínio de seus atos, ainda chegam ao cúmulo de se acharem que estão corretas. São estúpidas e jamais conhecerão a sabedoria. O conto a seguir ilustra algo assim:
?O abade Abraão soube que perto do mosteiro de Sceta havia um sábio. Foi procurá-lo e perguntou-lhe:
? Se hoje você encontrasse uma bela mulher em sua cama, conseguiria pensar que não era uma mulher?
? Não. Mas conseguiria me controlar.
O abade continuou:
? E se descobrisse moedas de ouro no deserto, conseguiria vê-las como se fossem pedras?
? Não. Mas conseguiria me controlar para deixá-las onde estavam.
? E se você fosse procurado por dois irmãos, um que o odeia e outro que o ama, conseguiria achar que os dois são iguais?
Com tranqüilidade, ele respondeu:
? Mesmo sofrendo, eu trataria o que me ama da mesma maneira que o que me odeia.
Naquela noite, ao voltar para o mosteiro de Sceta, Abraão falou aos seus noviços:
? Vou-lhes explicar o que é um sábio. É aquele que, em vez de matar suas paixões, consegue controlá-las.?
Moral da história: quando não trabalhamos bem com a mente, controlando nossas paixões, quem acaba sofrendo é o nosso corpo, pois é estupidez infligir dor e sofrimento se pelas leis espirituais nascemos para a alegria e felicidade.


 

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Destaques