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Francisco Beltrão
terça-feira, 01 de julho de 2025

Edição 8.236

01/07/2025

O soldado

Geral


O ser humano é uma criatura realmente imprevisível. Podemos dizer que ele é as duas faces de uma mesma moeda, ou seja, enquanto a mão direita é capaz de realizar façanhas quase milagrosas, a esquerda, às vezes, produz horrores.
Na verdade, somos um caldeirão de experiências pessoais, quer sejam amargas ou doces e pendemos mais para o lado negativo do prato da balança, se esta for a natureza da educação que recebemos na juventude.
A menção ao provérbio de que ?é de pequeno que se torce o pepino?, leva-nos a enfatizar que o cerne de todo o mal que provém do ser humano, repousa tão-somente no tipo de ambiente que ele é criado. Dos ramos de uma figueira não podemos esperar, jamais, que venham ao chão sementes de avelãs.
Nosso comportamento sempre reflete a carga de educação que recebemos, pois não é possível imaginar alguém dando exemplo de moral e ética, se nunca recebeu ensinamentos que norteassem sua conduta para o bom caminho.
Há centenas de anos que os seres humanos vêm cada vez mais se afastando das leis espirituais, justamente aquelas que poderiam induzi-los aos princípios da ética e da moral. Atualmente, o homo sapiens é como um adulto, a quem, na infância não foi corretamente educado.
Ficamos a questionar: como é que se torce um pepino adulto, chamado humanidade e vivendo em um mundo, no qual, em algumas partes não existem valores éticos e morais, noutras, estes são desrespeitados e em toda a parte, ocorre violação física e moral da criatura humana.
Interessante é notar como é variada a gama de interesses que move os seres humanos a praticarem determinados atos: enquanto uns adotam a emoção, a paixão e o poder de controlar pessoas, outros preferem se utilizar da riqueza, dos títulos sociais e da influência da política.
Porém, algumas raras pessoas, praticam determinados atos, movidas pelo altruísmo, pela abnegação e pelo amor, às vezes, incompreensíveis as nossas razões e cinco sentidos, e inclusive, com sério risco da própria vida. É o caso da nossa história semanal:
? Meu amigo não voltou do campo de batalha, senhor, solicito permissão para buscá-lo, disse um soldado ao seu tenente.
? Permissão negada. Não quero que arrisque a sua vida por um homem que provavelmente está morto.
O soldado, ignorando a permissão, saiu e uma hora mais tarde regressou, mortalmente ferido, transportando o cadáver de seu amigo. O oficial estava furioso:
? Já tinha lhe dito que ele estava morto! Diga-me: valeu a pena ir lá para trazer um cadáver?
O soldado, moribundo, respondeu:
? Claro que sim, senhor! Quando o encontrei, ele ainda estava vivo e me disse: ?Tinha certeza de que você viria.?”
Moral da história: quando pensamos que na azáfama do dia-a-dia, brigamos renhidamente por ninharias e prejudicando as pessoas, às vezes, sentimos vergonha de pertencer a esta raça. Uma profunda dor anímica sobrevém, juntamente com uma angústia no coração e uma enorme vontade irreprimível de verter lágrimas.

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