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Francisco Beltrão
sexta-feira, 13 de junho de 2025

Edição 8.225

13/06/2025

Os sovinas

Geral

Sovinas são pessoas consideradas avarentas, ou seja, o principal objetivo delas é lucrar, ganhar dinheiro, quanto mais puder tanto melhor. Sabe-se que o poder e o dinheiro são duas faces de uma mesma moeda, embora o poder seja mais devastador do que o dinheiro.
Pois o dinheiro é limitado pela quantidade, enquanto que o poder possui vastos limites de influências. Na verdade, ambos formam um casal perfeito: aqueles que têm influência política (de amizade, negócios, etc.) aliam-se pelos mesmos motivos, com aqueles que possuem dinheiro e vice-versa.
É um poderoso jogo de interesses. Os escritores Robert Greene e Joost Elffers classificam os sovinas em quatro categorias: O peixe voraz, o demônio da pechincha, o sádico e o doador sem critério. Embora pareça que sejam gastadores, no fundo, os sovinas escondem o desejo oculto do poder. 
No conceito dos autores, os avarentos fazem do aspecto humano do dinheiro uma arma. No caso do peixe voraz, a pessoa é ambiciosa, insensível e cruel. Usa as pessoas para aumentar sua fortuna. Sentimentos não contam, pois para ele o ser humano é apenas um número.
Como demônio da pechincha, ele se passa por econômico, quando na verdade está poupando seu dinheiro e sempre imaginando que pode comprar algo mais barato em outro lugar. Com isso, despreza artigos de boa qualidade, desgasta-se com o tempo perdido e, psicologicamente, não tem paz de espírito.
Quanto ao sádico, segundo os autores, ele faz uma espécie de malabarismo de jogos perversos de poder com o dinheiro como uma forma de afirmar o seu poder (influência). Exemplo típico é o de pessoas que podendo saldar uma dívida financeira no momento certo, atrasam de propósito com intuito de torturar psicologicamente seus credores.
Para o doador sem critério, a falsa generosidade tem por intuito atrair as pessoas, amolecendo-as para torná-las aliadas em seus objetivos, às vezes, escusos. Neste caso, não importa ferir financeiramente sua veia gananciosa, conquanto granjeie a atenção e a admiração daqueles que considera suas vítimas.
Das fábulas de Esopo, nosso conto revela que a sovinice atrai a inveja alheia: ?Um sovina, querendo proteger seu patrimônio, vendeu tudo que tinha, transformou numa barra de ouro e escondeu num buraco no chão. Ia sempre lá ver como estava.
Isto despertou a curiosidade de um dos seus operários que, desconfiando haver ali um tesouro, assim que o patrão virou as costas foi até lá e roubou a barra. Quando o sovina voltou e viu o buraco vazio, chorou e arrancou os cabelos.
Mas um vizinho, assistindo a essa extravagante tristeza e sabendo o motivo, disse:
? Não te angusties mais, pega uma pedra e coloca-a no mesmo lugar, e pensa que é a tua barra de ouro. Pois, como não pretendias usá-la nunca, vai te servir tão bem quanto a outra.
Moral da história: o valor do dinheiro não está na sua posse, mas no seu uso?.

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