Pela primeira vez, a “Pesquisa Nacional de Saúde: Orientação sexual autoidentificada da população adulta”, foi feita pelo IBGE. Os dados, coletados em 2019, mostram que 94,8% da população é heterossexual. Menos de 2% totalizam os homossexuais ou bissexuais. O percentual restante engloba os que não querem responder ou escolhem denominações mais específicas, tipo pansexual ou assexual.
Os dados foram apresentados nesta semana e deverão ainda ter desdobramentos, com estratos diversos da sociedade. E talvez surjam polêmicas, porque quando se trata de sexualidade, é difícil haver consenso. No caso, de se observar uma imensa maioria de heterossexuais, que são as pessoas que compõem a vida cotidiana do País. Um tanto diferente, por exemplo, se observa nos grupos organizados, das minorias que reividicam, repetidas vezes, um leque de privilégios que não condiz com a realidade crua da vida do brasleiro.
Não se trata de discriminar orientações sexuais minoritárias — até porque ninguém escolhe isso ou aquilo, ser assim ou assado —, posto que o que se quer é uma sociedade democrática e tolerante, harmoniosa, com espaço para todos. O que cabe ressaltar é questionar que muitas vezes um determinado grupo reclama uma audiência supervalorizada de si mesmo, induzindo, na prática, numa discriminação contra a maioria. É preciso ponderar em favor do equilíbrio. A gritaria pode até empolgar seus adeptos, mas não é a melhor maneira de se fazer ouvir na sociedade como um todo.
Alguns dados finais: a Pesquisa Nacional de Saúde visitou 108.525 domicílios e fez 94.114 entrevistas. Os dados representam 159,2 milhões de brasileiros. As respostas são anônimas e na hora da entrevista, os pesquisadores buscam garantir a privacidade de quem está respondendo para que não se sintam desconfortáveis diante dos demais moradores do domicílio.
O objetivo da PNS é produzir dados em âmbito nacional sobre a situação de saúde e os estilos de vida da população brasileira. A pesquisa trata também do acesso e uso dos serviços de saúde, de ações preventivas e continuidade dos cuidados e do financiamento da assistência.
Reforçando: A coleta de dados sobre orientação sexual permite a avaliação de possíveis desigualdades existentes na população nesse aspecto, além de, ainda que com limitações, dar visibilidade à população de homossexuais, bissexuais e outras orientações sexuais.