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Francisco Beltrão
terça-feira, 01 de julho de 2025

Edição 8.236

01/07/2025

A menopausa vem acompanhada de muitos tabus

Comecei a reposição hormonal, mantive minha rotina de exercícios físicos, sei que preciso treinar mais, ou seja, todos os dias


Foto: Adriano Oening.

Insônia, fogachos, tristeza, falta de energia, lapsos de memória e introspecção foram os sintomas que comecei a sentir no mês de janeiro. Enquanto aguardava a consulta médica, me via cada vez mais envolta nesse redemoinho de sensações.

Recentemente, recebi o diagnóstico de que estou na menopausa, aos 53 anos. Confesso, relutei para admitir que ela chegou. A menopausa vem acompanhada de muitos tabus. O fim da vida reprodutiva, sempre muito falado, vem associado como o fim para quase tudo.

Após o diagnóstico, o passo seguinte foi reagir. Comecei a reposição hormonal, mantive minha rotina de exercícios físicos – sei que preciso treinar mais, ou seja, todos os dias, para criar músculos e chegar ao final da vida com “pernas fortes para caminhar”. A alimentação é outra aliada, comendo o que faz sentir bem, caprichando muito nas proteínas e mantendo o foco.

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Muitas passam por mais dificuldades do que eu. Por vezes, me senti triste, me arrastando. Precisava cuidar de mim e de quem estava comigo porque me sentia muito chata. Por isso, compartilhar a história e falar é o caminho. Descobri que muitas amigas e conhecidas passaram pela mesma fase e sintomas, com bem menos idade que a minha.

A menopausa chega em duas fases, e precisamos ter cuidados diferentes durante esses períodos. Na pré-menopausa, lidamos com flutuações de hormônios. Durante a menopausa, há a necessidade de alguns hormônios essenciais para a mulher. Depois, há a prevenção de doenças como osteoporose e outros sintomas que podem complicar o nosso cotidiano, ok?

Dados do Ministério da Previdência revelam que, em 2024, o Brasil registrou mais de 470 mil afastamentos do trabalho devido a transtornos mentais. A maior parte deles são mulheres com a média etária que coincide com a pré-menopausa. Então, devemos lembrar: menopausa é uma fase de acolhimento. Só com informação vamos combater o estigma sobre essa fase natural do corpo da mulher.

Eu me vi relutante. Só quando entendi que a reposição não é adicionar nada ao corpo, mas controlar o que estava desregulado, comecei a cuidar efetivamente da minha saúde. A receita é simples – precisamos nos informar, procurar ajuda e nos conhecer para atravessar essa nova fase da maneira mais tranquila possível.

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