Luxo tem conceito de escassez e singularidade. Um item de luxo vende identidade e exclusividade. As bolsas femininas da Hermès não são vendidas ao consumidor na primeira visita à loja.

Assisti ao podcast “Os Sócios”, com o casal Bruno e Malu Perini, sobre o mercado de luxo. O episódio contou com a participação de Talita Dal Bó, criadora do método Capital Visual, que trata sobre posicionamento e imagem; Bernando Brit, conhecido como Bernardo Entusiasta, especialista da alta relojoaria; e Paulo Cuenca, conhecido produtor de conteúdo para internet. Cada um dos entrevistados apresentou uma visão muito interessante.
Um assunto que eu considerava fútil, confesso, mas que foi uma aula sobre história, branding, estratégias de fidelização e que mostrou como os conceitos podem ser aplicados a negócios que não são desse segmento.
Primeiramente, o luxo sempre existiu. Desde os tempos dos faraós, quando eles eram enterrados com suas riquezas para mostrar poder. Ainda em outros períodos da história, era o desejo pela diferenciação – um presente de luxo era considerado uma dádiva, uma busca sagrada.
Afinal, o que é luxo? Luxo tem conceito de escassez e singularidade. Um item de luxo vende identidade e exclusividade. As bolsas femininas da Hermès não são vendidas ao consumidor na primeira visita à loja, é preciso criar e ter um relacionamento com a marca. Não basta dinheiro, é preciso informação de quem compra.
Um dos objetos mais cobiçados do mercado de luxo é a bolsa Birkin, da Hermès, comercializada por até US$ 450 mil. Ou seja, vale mais que ouro e, mais do que isso, sua valorização aumenta quando sai da loja, valendo mais do que você pagou – tem até lista de espera.
Mas, o que fazer para comprar uma delas, já que não são vendidas facilmente? É necessário adquirir um “produto de entrada”, como chamam: um perfume, um batom ou um lenço. Leva um tempo para você conquistar o seu produto sonhado.
Para os amantes de relógios, a Omega e a Swatch fizeram uma collab e lançaram a coleção Bioceramic MoonSwatch, primeira versão exclusiva e realista do primeiro relógio na Lua, no valor de 8 mil dólares cada. Em um ano, foram vendidos 1 milhão de relógios.
O mercado de luxo atinge os cinco sentidos e cria experiências marcantes. O mercado imobiliário, por exemplo, faz perguntas do tipo: “Qual sua música ou cantor preferidos?” A resposta vem quando você visita a casa dos seus sonhos e o som ambiente é sua música favorita, levando a um encantamento imediato e à presença no imaginário das pessoas.
Seja no glamour chamativo ou na elegância recatada, consumir luxo é um esforço para se distinguir. O setor vem, há anos, batendo recordes em vendas. Em 2023, a estimativa da Consultoria Bain & Company foi de que o setor faturou US$ 1,64 trilhão.
Temos que concordar, o mercado de luxo é algo admirável, extravagante e muito rentável.