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Francisco Beltrão
terça-feira, 17 de junho de 2025

Edição 8.227

17/06/2025

Quando alguém fala, você escuta?

Ouvir é um exercício da tolerância, mesmo quando aquilo que o outro diz não me diz respeito, ou possa ferir algum tipo de sentimento ou crença.


Essa é uma reflexão sobre as coisas da vida e sobre a importância das boas perguntas.

Quando alguém fala, você escuta? Você deixa as palavras te perderem de onde você está, só um pouco você derrapa estrada abaixo ou você cria mais cimento, com muito medo de se mexer?

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Você escuta a sua voz na voz do outro sem que o outro se perca no seu tom, sem que ele se afogue nas suas falas prontas?

Quando você fala, você se escuta no rosto do outro lado da mesa, você se divide para ser também plateia das tuas histórias, quem é que fala em você, com você?

Quando escutamos juntos será que comungamos, será que repetimos sem presença? Rubem Alves, psicanalista, poeta e escritor mineiro escreveu com bom humor: “Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular. Escutar é complicado e sutil…”.

Foto: Leila Lindiana.

É comum queixas sobre falta de atenção e capacidade de ouvir o próximo com concentração e respeito. Muitos sentem que algumas pessoas sequer estão escutando o que está sendo dito e esperam apenas por sua oportunidade de falar. Basta prestar atenção em uma roda de amigos ou reunião de trabalho, por exemplo, para ver as pessoas interrompendo as outras antes que se possa concluir uma fala ou até mesmo mudando de assunto no meio da conversa alheia.

Esquecemos que o ato de ouvir é importante nas relações pessoais porque transmite uma ideia de igualdade e fraternidade entre as pessoas. Saber ouvir não significa escutar para poder responder, e sim para entender o outro. Saber ouvir tem a ver com acolhimento, com aconchegar uma fala ou uma pessoa que eventualmente esteja precisando.

Lembra de um gesto muito comum na entre mães e filhos, que é o de trazer ao colo? Esse é o tratamento que devemos dar a quem nos fala. Ouvir é um exercício da tolerância, mesmo quando aquilo que o outro diz não me diz respeito, ou possa ferir algum tipo de sentimento ou crença.

Para terminar, chamo a atenção para o poder da gentileza de modificar as pessoas e o quanto ela tem feito falta na sociedade atual, ouça mais! Dedico a vocês que por aqui me escutam, de coração, obrigada.

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