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Francisco Beltrão
terça-feira, 03 de junho de 2025

Edição 8.218

04/06/2025

Se você quiser, lhe dou meu sobrenome

Foto: Júnior Alm.

Em sua música “Tudo que você quiser”, Luan Santana canta esse título e eu me pergunto: é um presente mesmo, Luan? Se você já se casou e viveu o dilema de escolher seu sobrenome, esse artigo é para você. Se não se casou ainda, mas já pensou sobre o assunto, esse artigo é pra você. Se nunca pensou nisso e acha inquestionável uma mulher ganhar de presente o sobrenome do marido, esse artigo é pra você também.

Vamos começar com a história. No final do século XIX, adotar o sobrenome do marido virou moda entre a burguesia francesa e quase uma obrigação social. A tradição ganhou o mundo e chegou no Brasil, constando no Código Civil de 1916, que a mulher adotaria o sobrenome de família do marido — e não o inverso. Assim seguimos, até o Estatuto da Mulher Casada que, em 1962, tornou facultativa a adoção do sobrenome do marido. O Código Civil de 2002 trouxe a novidade de que ambos os cônjuges poderiam adotar o sobrenome do outro.

Ok, mas vamos aos fatos: grande parte das brasileiras acaba abrindo mão de um de seus sobrenomes e incorporando o sobrenome do marido, assim como vestem branco na cerimônia religiosa, para cultivar as tradições do casamento. Certo? Não digo ser certo ou errado, mas é um fato. Dados atuais mostram que 70% das mulheres que se casaram adotaram o sobrenome do marido; 20% mantiveram seu nome de nascimento e 10% escolheram “uma terceira opção”, que vai desde combinar os sobrenomes, até legalmente adotar o sobrenome do marido, mas profissionalmente continuar usando o nome de nascimento.

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No Reino Unido, somente um em cada dez homens britânicos recém-casados decidiu adotar o sobrenome da esposa. Quantos homens que você conhece adotaram o sobrenome da esposa e quantos acham que sua masculinidade é posta à prova com esse ato? No casamento mais comentado dos últimos dias, do filho de David e Victoria Beckham, noivo e noiva passaram a assinar como Peltz Beckham. Simples assim. Tendência? Outra história que chama atenção é a do beatle John Lennon que, depois de se casar com a artista plástica Yoko Ono, na Espanha, em 1969, se tornou John Winston Ono Lennon. Dizem que a decisão foi pela cumplicidade do casal. Dez anos depois, em 1980, Demi Moore se casou com o músico Freddy Moore e adotou seu sobrenome. Após o divórcio, em 1985, ela manteve o Moore, mesmo tendo se casado, com os atores Bruce Willis e Ashton Kutcher.

Segundo a Lei do Divórcio, criada em 1977, a mulher tem o direito de permanecer com o sobrenome do ex-marido, mesmo em casos de dissolução conjugal. Imagine uma mulher que adotou o nome do marido por anos e anos ter que retirar esse nome? Aposto que você não tinha pensado haver tanto por trás desse tema… Nem eu! E você? Que história tem por trás do seu sobrenome?

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