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Francisco Beltrão
quarta-feira, 11 de junho de 2025

Edição 8.223

11/06/2025

Terra azul, negócios verdes: a força da economia circular

A tomada de consciência de empresas e pessoas não é mais uma opção e sim uma imposição dos tempos em que vivemos.

Em um mundo em transformação acelerada, onde os hábitos não ficam de fora, até a sujeira do dog no passeio diário na rua não deve ferir as regras do ambientalmente correto. A coleta em sacos plásticos deixou de ser aceita. A guerra ao uso de plástico foi declarada depois de constatado que 80% de todos os materiais produzidos com esta matéria prima são descartados incorretamente. Vão parar nos oceanos, e, mantida essa realidade, até 2050 – daqui a 38 anos – os mares terão mais plástico do que peixes.

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A maioria dos plásticos vem do petróleo, de onde igualmente saem os combustíveis fósseis considerados os vilões do aquecimento global, pelo volume elevado de gases de efeito estufa que, por sua vez, aquecem a atmosfera do nosso planeta. Repensar a utilização do plástico, do diesel e da gasolina faz parte de uma nova realidade em andamento no mundo e também no Brasil. Por mais bem intencionados que sejam governos, empresas privadas e a sociedade civil, a transição para o atual modo de produção econômica não vai mudar de uma hora para outra.

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Aqui entra em cena a economia circular, centrada no reaproveitamento das matérias primas para que menos recursos naturais sejam extraídos da natureza. Ou seja, que as energias fósseis permaneçam no solo, que os plásticos dos produtos já fabricados voltem às indústrias em forma de insumos para novas aplicações, que o alumínio das latinhas de cerveja recolhidas pelos catadores seja reciclado e vire novas embalagens. Mais do que resultado de hábitos mais conscientes dos consumidores, que pressionam investidores a observar princípios de preservação ambiental, sociais e direitos humanos nas empresas, a economia circular deve avançar, inclusive no Brasil, pelo alto potencial de geração de novas oportunidades de negócios verdes. A começar pelo desenvolvimento de novas tecnologias em todos os segmentos produtivos, onde as operações diretas e indiretas (com fornecedores) deverão incorporar menos consumo de água, de energia e mais matérias primas recicladas.

O Brasil poderá se tornar um dos grandes players mundiais de negócios verdes, a começar pelo mercado de combustíveis renováveis, como o biometano, extraído de matérias orgânicas geradas no agronegócio. Com crescimento exponencial no consumo, a oferta do “pré-sal caipira”, como também é chamado o biometano, está aquém da demanda e representa menos de 0,1% na matriz energética, mas pode chegar a 11 bilhões de metros cúbicos anuais em 2030, com o total de usinas saltando dos 548 registrados em 2019 para cerca de mil plantas, segundo a Associação Brasileira de Biogás e Biometano (Abiogás). Em 2019, o total foi de 1,8 bilhão de metros cúbicos, bem longe do potencial.

A Cocal, uma das mais importantes companhias do setor sucroenergético do Estado de São Paulo, compreendendo a produção de cana de açúcar, etanol e energia elétrica, sediada no interior paulista, é um dos novos players desse promissor mercado de energia verde. Há dois anos a usina começou a jornada do biogás e biometano, numa etapa da empresa em que a sustentabilidade é o propósito principal dos novos produtos, ao lado do desenvolvimento da região e diversificação de portfólio, de acordo com André Alves, diretor comercial e de Novos Produtos. Essa tomada de consciência de empresas e pessoas não é mais uma opção e sim uma imposição dos tempos em que vivemos. Economia circular, negócios verdes, “pré-sal caipira”: são muitos os vagões para o presente e futuro. A hora do embarque é agora.

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