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Francisco Beltrão
sexta-feira, 30 de maio de 2025

Edição 8.215

30/05/2025

Lucro alto, respeito baixo

Assim como eu, aposto que muitos beltronenses já levaram para casa, sem perceber, produtos vencidos ou, mesmo dentro da validade, mas estragados.


Um trabalho importante em andamento no município é a fiscalização dos supermercados. Conforme noticiado ontem no Jornal de Beltrão, foram apreendidos 160 produtos irregulares que totalizaram 300 quilos nesta semana.

Assim como eu, aposto que muitos beltronenses já levaram para casa, sem perceber, produtos vencidos ou, mesmo dentro da validade, mas estragados. Já tive a péssima experiência de comprar desde carnes até industrializados que estavam impróprios para o consumo. Muitas vezes, voltei para trocar; outras, simplesmente desisti.

O mesmo deve acontecer com várias pessoas que compram produtos estragados e acabam desistindo de trocá-los, seja por não ter guardado o cupom fiscal, seja por morarem longe do estabelecimento. Mas isso não é justo.

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Certa vez, uma caixa de supermercado me confidenciou que, ao alertar o proprietário sobre um produto vencido na prateleira, foi instruída a não retirá-lo. Qual a intenção disso? Vender para algum desavisado e torcer para que ele não volte? Alguém tem dúvida de que os supermercados da cidade estão faturando bem? Será que precisam recorrer a esse tipo de prática?

Outro dia, voltei a um grande supermercado para trocar um produto e encontrei um amigo, policial aposentado, na fila, esperando para trocar o mesmo item. Fui até a gôndola, conferi a data de validade e estava dentro do prazo. Levei outro do mesmo para casa e, novamente, estava estragado.

Voltei para reclamar, e a funcionária, visivelmente incomodada, questionou se eu o havia armazenado corretamente. Ocorre que o produto já estava impróprio no momento da compra, mas o problema só era perceptível pelo cheiro – ou seja, não havia como fotografar ou filmar.

No fim, ela me devolveu o valor de R$ 15, mas depois disso nunca mais voltei ao mercado para comprar. Percebem? Um produto de R$ 15 me fez retornar três vezes ao mesmo estabelecimento. O tempo perdido e o gasto com combustível certamente foram maiores que o valor da compra. Por isso, nem sempre as pessoas buscam a troca.

Nos últimos anos, as empresas do setor têm registrado faturamentos exorbitantes. Afinal, ninguém deixa de comprar alimentos, e os gastos dos brasileiros com alimentação têm aumentado. No entanto, percebe-se um descuido com a qualidade dos produtos nas prateleiras.

As equipes nos supermercados estariam menores? O mínimo que se espera é respeito ao consumidor, que muitas vezes sai do trabalho apressado, passa no supermercado correndo e não tem tempo para conferir rótulo por rótulo de cada item.

A população tem cobrado melhorias, e os fiscais da Vigilância Sanitária estão nas ruas. Espera-se que esse trabalho seja permanente e não apenas no início da atual administração municipal. É essencial que haja atenção especial à qualidade das carnes e ao armazenamento de produtos refrigerados.

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