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Francisco Beltrão
sexta-feira, 30 de maio de 2025

Edição 8.215

30/05/2025

O valor esquecido da ciência

O método científico é o caminho mais fiel para o desenvolvimento, e as nações que dominam o mundo já entenderam isso. O Brasil ainda falha neste quesito.


Que tipo de celebridade levaria hoje 40 mil pessoas ao seu funeral? Um jogador de futebol? Um cantor? Uma estrela de Hollywood? O Papa? Um youtuber? É difícil imaginar que, nos dias atuais, um cientista ou um professor tenha tamanho prestígio, não é? Mas já houve um tempo em que sim.

Em 1844, o cientista John Dalton, autor da teoria atômica — que propõe que cada elemento é composto por seus próprios átomos — foi uma celebridade e mais de 40 mil pessoas compareceram ao seu velório em Manchester. O século de 1800 a 1900 foi marcado por intensos progressos na ciência, com descobertas que mudaram a vida das pessoas em todos os sentidos.

Até então, ninguém tinha certeza de como eram formados os elementos. A teoria de que as coisas são feitas de átomos vem desde a Grécia antiga, mas foi John Dalton quem entendeu que cada elemento é composto por átomos diferentes. Como é belo o progresso da humanidade em tão pouco tempo.

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Dalton ainda teve a sorte de ser reconhecido, enquanto muitos cientistas foram ridicularizados, e só mais tarde a sociedade entendeu o valor de seus esforços, como aconteceu com Galileu Galilei, condenado na época pela Inquisição. Dalton foi mais um dentre tantos cientistas que fizeram progressos questionando de que o mundo é feito.

Partindo da premissa de que a Terra tem 4,5 bilhões de anos e o homo sapiens surgiu há cerca de 200 mil anos, considere que as coisas modernas ao seu redor foram inventadas apenas nos últimos 500 anos. Ou seja, os avanços são extraordinários em um tempo ínfimo na escala temporal.

O método científico é o caminho mais fiel para o desenvolvimento, e as nações que dominam o mundo já entenderam isso. O Brasil ainda falha neste quesito. Não é incomum os governos cortarem as verbas da pesquisa ao menor sinal de aperto financeiro, quando deveria ser o contrário.

Para piorar, há uma fuga de “cérebros” para o exterior onde são mais valorizados. Também é muito triste ver o quanto as pessoas ainda questionam o trabalho da ciência, como ocorreu durante a pandemia de covid-19. Precisamos valorizar mais os cientistas e professores, pois são eles que impulsionam a humanidade rumo ao progresso. Sem a ciência, não há futuro.

Aliás, se você já ouviu o termo “daltônico” para descrever quem tem dificuldade em diferenciar as cores, saiba que ele também se deve ao cientista mencionado anteriormente.

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