A estagflação é o movimento econômico pelo qual os preços estão mais altos por causa da alta demanda e baixa oferta de produtos e serviços combinado com a desaceleração das atividades econômicas. É evidente que o período pós-pandemia está causando efeitos na economia. As interrupções na produção e a falta de insumos nos mercados estão entre as principais razões do aumento dos preços. A mensagem que foi passada é: “saia de casa e consuma o máximo possível”, porém os produtos não chegaram. Um exemplo está no preço dos automóveis. As montadoras não estão recebendo componentes eletrônicos, como chips e semicondutores, o que causa anormalidade no mercado. A corrida por veículos, novos e usados, e a baixa oferta faz os preços aumentarem consideravelmente e em alguns casos é preciso entrar numa lista de pedidos nas concessionárias. Problemas como este podem ser replicados para diversos setores, pois praticamente todos têm enfrentado a falta de insumos de produção. Além disso, o preço da energia está mais alto, em especial nos mercados europeus que dependem de gás e tiveram interrupções por parte da Rússia. Sem energia os atrasos na cadeia de suprimentos são mais constantes, contribuindo para aumento de preços. Nesse contexto, a transição da matriz energética e a busca pelo baixo carbono gera custos e faz aumentar o valor dos combustíveis fósseis, já que são desestimulados e taxados para que as pessoas não os usem. Os membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) diminuíram a oferta de petróleo durante a pandemia e ainda não voltaram à normalidade. O problema é que as fontes de energia substitutas ainda têm preços elevados, isso quando existem. A crise hídrica em alguns países vem causando problemas no fornecimento de energia, sendo necessário adotar sistemas de bandas, com preços mais altos em períodos de seca. Para controlar a inflação, governos usam medidas tradicionais, como aumentar a taxa de juros, o que torna o crédito mais caro, o que também impacta no preço dos produtos e serviços. O agravamento da dívida pública, devido aos gastos com a pandemia também são problemas a serem enfrentados. Os programas sociais elevam o gasto e a conta vai chegar no próximo ano, pós-eleição. Espera-se que os insumos voltem ao normal e a produção supere as expectativas, colocando mais produtos disponíveis. Os países precisam gerenciar a matriz energética de forma eficaz, diminuindo o custo para população e para as indústrias o mais rápido possível.
