Redes sociais
Realize o seguinte experimento nas redes sociais: Poste sua opinião sobre algum assunto delicado. Apenas se posicione. Pode ser sobre política ou religião e, então, observe o que acontece. O resultado é semelhante a abrir a tampa de um bueiro. Você certamente será insultado gratuitamente por alguém.
O respeito perdeu seu lugar. Não interessa se a postagem é de um idoso ou se está falando sobre a perda de alguém. Não há limite para as profundidades da ausência de empatia. Mas a pergunta que precisamos fazer é: O que aconteceu no meio do caminho que autorizou as pessoas a gritarem o que quiserem na internet?
Podemos pensar que, de um lado, a sociedade percebeu que sua voz tem peso. Hoje, para exemplificar, comentários de internet conseguem até mesmo mudar os rumos de filmes de Hollywood. A revolução que o YouTube começou, permitindo a livre expressão na web, consolidou a imponência que uma voz massificada pode ter.
De outro lado, temos um evento “recente”. Nota-se em nossos governantes, e aqui há grande relevância para nosso presidente e para o presidente dos EUA, a liberdade para fazer uso de discursos de ódio. Eles vociferam com grande tranquilidade acerca de supostos inimigos sem qualquer consequência. O teor agressivo em suas falas está sempre presente. A consequência? Bom, se o presidente pode fazer, por que eu não posso?
Promover a discussão é extremamente relevante e necessário. O que aqui se questiona não é o debate, mas, sim, a falta de respeito. Quando somamos a liberdade de expressão possibilitada pela internet à autorização para usar discursos de ódio, o resultado não poderia ser outro: Aqueles que corroboram com tais ideias sentem-se autorizados para xingar qualquer um que pense diferente. É o encontro do comportamento medieval com a tecnologia. São os Vikings de smartphone.
