Primeiros encontros
Sabemos que os primeiros encontros são fundamentais. É ali que você fala sobre os lugares que já conheceu ou sobre as músicas que já compôs. Jamais sobre a preguiça para se levantar pela manhã ou sobre a mania de coçar a orelha com cotonetes. Ou seja, é um momento em que geralmente queremos impressionar e, para isso, tentamos oferecer nosso melhor. Conhecer alguém traz consigo o desconforto de saber que você está sendo lido e observado, porém, em algum momento essa sensação precisa sumir.
Tenho mencionado por aqui alguns elementos que acredito serem cruciais para um relacionamento. Já falei sobre a necessidade de saber surpreender e a habilidade de escutar o outro. Também sobre diálogo e, minimamente, possuir planos semelhantes. Hoje, falo sobre um que parece muito simples, mas extremamente raro: Sentir-se totalmente à vontade com a pessoa amada.
No começo de um relacionamento, podemos sentir como se estivéssemos em uma entrevista de emprego. E essa sensação ocorre de ambos os lados. Todavia, este sentimento jamais deve perdurar. Em certa altura, é crucial que consigamos ser exatamente nós mesmos ao lado de quem escolhemos dividir a vida. Um relacionamento precisa ser semelhante a um refúgio. É o lugar em que podemos nos abrigar e descansar quando o mundo lá fora grita alto demais. É onde somos totalmente verdadeiros com nós mesmos sem medo de qualquer julgamento.
Importante salientar que este descansar não significa parar de surpreender. Podemos sim deixar evidente nossas manias ou fraquezas. Podemos abrir nossas opiniões e intimidades. Porém, jamais relaxar no sentido de parar de conquistar diariamente a pessoa escolhida. Ser exatamente quem você é, por si só, já é uma forma de promover a reciprocidade do constante enlaçar do amor. É o motor da admiração.
Conforme o tempo vai passando, vamos nos soltando e mostrando como somos quando totalmente à vontade. No meio do trajeto é importantíssimo identificar se a pessoa escolhida respeita quem você é. Quando se percebe receio para lançar uma opinião ou quando se deixa de fazer algo com medo do que o outro pensará, é crucial reforçar o diálogo. Quando somos reféns da reação do outro, dificilmente o amor sobrevive.