A busca por mais uma grande fusão entre realidade e ficção, sem ilusões, sem armaduras que nos distanciam das nossas próprias emoções.
Nem todo mundo sabe, mas neste exato momento muitos cientistas ao redor do mundo estão realizando estudos e testes para tentar descobrir o que realmente torna as pessoas mais felizes. É sério. Parece meio bobo, não é? Mas uma coisa que sempre carregou um ar tão lúdico e abstrato realmente tem impactado na vida de todas as pessoas no dia a dia. Sim, todos os dias, ainda mais nesse mundo cada vez mais superficialmente competitivo e depressivo, quando a busca pelo parecer é muito maior e mais importante do que a vivência do que realmente se é.
Na publicidade, sempre trabalhamos muito com estereótipos, com bases moldadas no objetivo final, no público-alvo e no planejamento traçado. Talvez, às vezes, nos enganamos. Talvez esqueçamos que o tempo passa, que a cultura se transforma constantemente, que muita coisa já evoluiu. A famosa “família de comercial de margarina” não é mais feliz por viver daquela forma, naqueles padrões de sempre.
Lulu Santos falava sobre todas as formas de amor. E acho que toda forma de felicidade também é justa. Nós, homens, somos desde cedo muito influenciados a sermos “pegadores” ou “provedores” — e nada mais. A trabalhar muito, a ser rígido com os filhos, a gostar do que é “coisa de homem”. Mas nunca somos incentivados a simplesmente sermos mais felizes.
Novas formas de viver estão surgindo cada vez mais por aí. No cinema, na dramaturgia, na publicidade e na vida real também. Acredito muito — desde sempre — que todo esse tipo de conteúdo influencia (e muito) em todos os hábitos que vamos criando naturalmente. E talvez se aprendermos a mudar um hábito no dia, mudaremos toda uma geração. No meu trabalho e na minha rotina pessoal, é isso que quero e que tento fazer. A busca por formas de comunicação mais humanizadas, mais inclusivas e mais perto das pessoas. Se comunicar de uma forma que abrace e não que diga, já com aqueles velhos moldes enferrujados, o que é certo e o que não é.
Mas, sim, a busca por mais uma grande fusão entre realidade e ficção, sem ilusões, sem armaduras que nos distanciam das nossas próprias emoções. A busca pela felicidade nas telas, mas também no toque e no ar que respiramos.