O ser humano é viciado em se comparar. Desde sempre, mesmo quando tudo isso não existia, o mundo era mais simples, e tínhamos apenas as pessoas na nossa volta para olhar e querer ser igual
Antes de tudo… isso não é uma crítica. Nem a nada e nem a ninguém. É apenas uma reflexão que começa com uma expressão muito usada nesse mundo digital de hoje: gerar conteúdo.
Quantas horas nós perdemos todos os dias rodando as publicações das redes sociais? E qual efeito isso tem sobre a nossa mente, a nossa vida e a nossa saúde? O ser humano é viciado em se comparar. Desde sempre, mesmo quando tudo isso não existia, o mundo era mais simples, e tínhamos apenas as pessoas na nossa volta para olhar e querer ser igual. Ou, no máximo, as revistas e a TV. Mas tudo ainda era muito distante.
Hoje, tudo é diferente. Acompanhamos todos os pequenos detalhes da vida das pessoas. Todos os dias. Mas isso é mesmo a vida das pessoas? É claro que não. Nem sempre, pelo menos. Porque nas redes a vida é uma vida editada.
Mas então isso quer dizer que tudo nas redes sociais é ruim? Claro que não! Esses dias ouvi falar que conteúdo é aquilo que nos ensina algo novo. Quando cada mergulho no celular traz uma novidade sobre o mundo.
No fundo, a vida não é aquilo. Toda pessoa por trás daquele universo maravilhoso ainda é… uma pessoa. E todas as pessoas têm as suas dores. Algumas mostram, outras não. E é justamente o mundo perfeito que mexe com a cabeça do ser humano e que está nos deixando doentes. Doentes, literalmente.
Ansiedade, depressão, desencontro consigo mesmo. Querer ter o que o outro tem. Querer ser o que o outro é. E nos perdermos de nós mesmos. Na verdade, aquilo é só sobre ter coisas e viver. Simples assim.
Esse é o “conteúdo” gerado. No fim, o segredo é peneirar melhor. Selecionar para que, o que antes nos fazia como quem tínhamos em volta, hoje não nos transforme em quem seguimos.
Na real, o segredo, mesmo, é sempre buscar lá no fundo aquilo que realmente somos. E sermos.