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Francisco Beltrão
terça-feira, 27 de maio de 2025

Edição 8.213

28/05/2025

O filme da nossa vida

Não é ficção e não tem efeitos especiais. É a vida real. É a minha história. É a tua história. E não existe remake e nem parte dois.

Tem gente que diz que, quando a gente morre, passa o filme da nossa vida diante dos nossos olhos. Mas assim como não há nenhuma garantia disso, além da fé de cada um, talvez esse seja mais um dos sentimentos a se provar ainda em vida. Eu mesmo parei para pensar no filme da minha vida. Parei para escrever sobre isso como o compositor que faz uma letra quando o coração está doendo.

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E, talvez ali, saia a canção mais linda da carreira. Na verdade mesmo, esse é um exercício ao alcance de todo mundo. Basta apenas estar vivo para o filme estar rodando. Ver o próprio filme é olhar de dentro para fora os registros que não vão se perder em um HD quebrado, um CD riscado, um pen drive perdido. A nossa memória, da mente e principalmente do coração, nada no mundo apaga. Apertei o play e comecei a rever todo o enredo que não pode ser organizado no tempo comum — que não tem uma sequência lógica; que às vezes não tem moral da história.

As cruzes carregadas que depois percebemos que eram cuidadosamente do peso exato para suportarmos até o fim do deserto. E a vida também é deserto. As grandes conquistas e, mais do que isso, as pequenas vitórias. Os personagens que fizeram mal e que ficaram para trás. Os coadjuvantes-protagonistas de nobres corações que cruzaram nosso caminho e foram essenciais para nos fazer experimentar as sensações mais inexplicáveis que exigem apenas um pré-requisito para se ter acesso: estar vivo.

E estar vivo é ganhar um ingresso para o espetáculo dos raros, dos escolhidos, dos selecionados para o elenco. O filme da nossa vida não tem apenas um final surpreendente. É muito melhor do que isso. A cada cena ele pode trazer as melhores e piores surpresas. E seja quais forem, elas estarão ali registradas para sempre, para nos ensinar sem se preocupar com a audiência ou com os comentários dos críticos do Oscar. Afinal, no fim das contas, não é ficção e não tem efeitos especiais.

É a vida real. É a minha história. É a tua história. E não existe remake e nem parte dois. O filme já tá rodando. E, ao contrário do que se vê por aí, ele não precisa estar pronto para ser visto. Ele é ao vivo, em tempo real, é vivo como a gente e nos mostra que viver não é fácil. Mas é lindo. E é único. Ele é a nossa vida.  E a vida é para quem está vivo.

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