Por Marcos Staskoviak – Filmes sobre o trabalho do jornalista renderam ótimas produções, como Boa Noite e Boa Sorte, Todos os Homens do Presidente, A Montanha dos 7 Abutres, The Post: A Guerra Secreta, Leões e Cordeiros, Spotlight… Nem todos são obras primas, mas nem só de vinho vive o homem. Guerra Civil, mais novo trabalho de Wagner Moura em Hollywood é muito bom, mesmo com alguns tropeços.
Estrelado pelo brasileiro, Kirsten Dunst e Cailee Spaeny retrata uma pequena road trip de um grupo de jornalistas pelo nordeste dos EUA, durante uma guerra civil. Um tanto quanto atemporal, e com contornos de 2ª GM, o filme imagina possíveis cenários se um conflito desses acontecesse nesse que é um país de extremos, como toda grande nação.
As diferentes formas de encarar a violência e a destruição por essa sociedade belicista vem encarnada em personagens sensatos, lunáticos, conspiracionistas, negacionistas e irresponsáveis. São muitas cenas que já vimos em outros lugares em guerra, mas o público norte americano talvez não esteja acostumado a ver isso representado em seu solo.
Com boas interações, os personagens principais dessa viagem são: um jornalista muito experiente e velho, um jornalista jovem e ambicioso, uma fotojornalista premiada e melancólica e uma jovem e inexperiente fotojornalista. Entre as atuações se destacam a eterna cara de bunda de Kirsten Dunst — que faz a gente pensar se isso é atuação ou ela é assim mesmo — e a performance de Jesse Plemons que rouba a cena nos poucos minutos que aparece.
Embora a premissa da história não faça muito sentido para mim, a aventura do quarteto é bem desenvolvida e interessante. Pena que no final o roteirista não aguentou e cedeu a algumas muletas para fechar a história. Muito realista a trama peca em alguns detalhes para produzir uma sequência específica no desfecho. Achei desnecessário, porém isso não desqualifica a obra lançada no Max.
