17.8 C
Francisco Beltrão
terça-feira, 17 de junho de 2025

Edição 8.227

17/06/2025

Nonnas, da Netflix, é uma iguaria rara

Foto: Netflix/divulgação.

Já escrevi uma vez sobre cinema e cozinha serem uma ótima combinação. Seja através da tela ou do paladar, ambas as coisas são sensoriais e afetivas, com gostinho de “quero mais”. Logo, cheguei a uma conclusão: se cozinhar é um ato de amor, assistir a um filme com as pessoas amadas também é. Principalmente se a escolha pra ver for Nonnas, da Netflix.

Joe cresceu rodeado por comida italiana. Espaguete, ravioli e afeto familiar nunca faltaram ao rapaz. Até que, aos 50 anos, se vê sem rumo após a morte da mãe. Desolado e mergulhado em dívidas, Joe passa a preparar receitas antigas da família, na tentativa de superar o luto. O único problema é que ele não consegue reproduzir o molho de tomate da avó, tão nostálgico quanto delicioso. É então que tem uma ideia: abrir um restaurante onde o ingrediente principal seja o amor. Para isso, ele contrata quatro adoráveis senhoras —  duas italianas rivais, uma freira e uma cabeleireira —  para serem suas chefs.

Inspirado em uma história real, Nonnas é como uma lasanha recém-saída do forno: deliciosa e cheia de camadas. Apesar do protagonista, as idosas são o coração do filme. Antes de conhecê-las, Joe é apático, cinza, tomado pelo luto. À medida que as senhoras vão entrando em cena, tudo ganha cor e textura, tal como na vida dele. Que gostosura vê-las descobrindo que a terceira idade não é o fim e que, sim, elas importam muito ainda.

- Publicidade -

Com 500 gramas de luto e resiliência, uma colher generosa de amizade, meia xícara de gastronomia, uma pitada crítica ao etarismo e amor a gosto, faz-se um filme e tanto. Difícil sair dele sem se emocionar — ou sem vontade de comer uma boa massa.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Destaques