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Francisco Beltrão
segunda-feira, 30 de junho de 2025

Edição 8.235

28/06/2025

O guia do pássaro Dodô para sobreviver à extinção

Narrado com uma dose perfeita de bom humor, por um animal que não existe mais, “O guia do pássaro Dodô para sobreviver à extinção” é ótimo para público de todas as idades e escolaridades. Sua metodologia é fácil, porém não ofende a ouvidos mais bem treinados.

Espirituoso. Esse é um adjetivo muito bom para descrever essa produção que consegue informar, divertir e conscientizar ao mesmo tempo.

Narrado com uma dose perfeita de bom humor, por um animal que não existe mais, “O guia do pássaro Dodô para sobreviver à extinção” é ótimo para público de todas as idades e escolaridades. Sua metodologia é fácil, porém não ofende a ouvidos mais bem treinados.

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Começando com um discurso que lembra material de auto-ajuda, ou coatching como se diz hoje em dia, ou até mesmo aqueles documentários que Bart e Lisa assistem na escola em Springfield, a tônica do trabalho já é percebida:

“Olá, permitam que eu me apresente, Eu sou o Dodô. Hoje falaremos sobre um assunto no qual sou um perito: extinção. Há vários de vocês, mundo afora, que correm o grande risco de se juntarem a mim no esquecimento. É, até você (ser humano)! Mas, não precisa ser dessa forma. Há coisas que você pode fazer para sobreviver. Só precisa seguir meu programa de dez passos.”

Esse programa inclui dicas muito óbvias com reproduza-se, adaptar-se ou morrer e fique longe dos humanos. Contudo, informações menos perceptíveis como não more numa ilha e não seja muito esperto.

Se valendo do próprio exemplo e de outras espécies animais extintas, ou ameaçadas, nosso simpático apresentador conta algumas histórias até cômicas e outras bem dramáticas de como nós, humanos, estamos matando o planeta literalmente. Sem fazer meandros coloca no nosso colo a responsabilidade pelo extermínio de um número enorme de animais.

Mesmo salientando que a descontinuidade das espécies faça parte do processo evolutivo da vida, a velocidade que isso atingiu nos últimos séculos é resultado da mão visível do homem.

Entre os casos cômicos está o do panda gigante, que “praticamente pede para ser extinto”, nas palavras do Dodô. O fofo e monocromático urso vive sozinho, come só bambu — que seu aparelho digestivo não processa direito — e é um mocorongo quando o assunto é sexo.

A própria argumentação do Dodô quando o assunto é a engenharia genética conseguir trazer de volta à vida seres extintos é engraçada. Contestando tudo, uma geneticista explica o motivo dessa ser uma ideia questionável, para dizer o mínimo, sabendo que o exemplo do filme “O Parque dos Dinossauros” vem logo em mente.

Já no campo do drama, além do caso do Caracol Partula que salvaram um punhado numa caixa de vidro, temos o triste fim do Pombo Passageiro, o alvo mais fácil do mundo, que era considerado a ave mais abundante da Terra no início do século XIX. Agindo como uma praga de gafanhotos foi largamente caçado, mas o problema é que se ouvissem o canto de um amigo preso, voavam em seu socorro ao invés de fugir. Em menos de um século de tiros não sobrou nenhum.

Apesar do clima meio fúnebre de tantas histórias de mortes, o humor termina dando a palavra final nessa excelente produção da BBC. Um humor ácido é verdade, pois termina dando uma mensagem bem direta a nós, que caminhamos a passos largos para acabar com nossa linhagem: “Não se preocupe, a vida continua”.

***

Esse que vos escreve vai suspender os textos por quatro semanas, devendo retornar dia 18 de setembro. Até!

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