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Francisco Beltrão
terça-feira, 01 de julho de 2025

Edição 8.236

01/07/2025

Um Príncipe em Nova York

As sequências mais criativas acontecem numa barbearia chechelenta onde Murphy e Hall fazem as vezes de vários personagens. Velhos que ficam discutindo o mesmo assunto praticamente o tempo todo: quem foi o maior boxeador de todos os tempos.

Dos anos 80 saíram muitas das mais memoráveis comédias que marcaram a Sessão da Tarde. Quatro delas protagonizadas por Eddie Murphy: Um Tira da Pesada, Trocando as Bolas, O Rapto do Menino Dourado e… Um Príncipe em Nova York.

Dirigido por John Landis (responsável por Os Irmãos Cara de Pau, Um Lobisomem Americano em Paris e Trocando as Bolas), Um Príncipe em Nova York apresenta a dupla Eddie Murphy e Arsenio Hall interpretando quatro personagens cada um. Os protagonistas Akeem (Murphy) e Semmi (Hall) e meia dúzia de personagens secundários criando cenas hilárias.

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Além deles, temos outros astros como James Earl Jones, Samuel L. Jackson fazendo uma ponta como assaltante e Cuba Gooding Jr. em sua primeira aparição na telona como figurante.

Na trama, Akeem, o príncipe herdeiro de Zamunda — uma fictícia nação africana com uma família real extremamente rica —, vai conhecer sua futura esposa, escolhida e prometida a ele desde sempre. Acompanhamos sua esnobe e cômica rotina, em que é acordado por uma proto-orquestra, alguém coloca os chinelos sob seus pés, alguém escova seus dentes, beldades lhe dão banho e espalham pétalas de rosas diante de seus passos.

Incomodado com o fato de não conhecer o mundo e querer encontrar um amor, que não seja por sua fortuna, convence seu pai a dar-lhe 40 dias em Nova York antes do casamento, devidamente acompanhado por seu amigo e protetor Semmi. Na América, ele se passa por pobre e vai trabalhar numa lanchonete “marcadiabo” da rede McDonalds.

A estranheza dos abastados diante de uma vida simples e de trabalho braçal rende boas piadas, mas as sequências mais criativas acontecem numa barbearia chechelenta onde Murphy e Hall fazem as vezes de vários personagens. Velhos que ficam discutindo o mesmo assunto praticamente o tempo todo: quem foi o maior boxeador de todos os tempos. Eddie aparece como um judeu (aparentemente o único branco no Queens) que defende Rocky Marciano, enquanto os outros argumentam por lutadores negros.

Até já fui caluniosamente acusado de ser como um desses simpáticos anciões quando um assunto específico era discutido. Como disse Orestes Quércia: “Mentiroso e caluniador!”.
Resumindo, uma ótima opção para escapar por duas horas da realidade. Especialmente essa de 2020, que, acho, vai virar adjetivo. Um sinônimo de coisa ou situação extremamente difícil.

Um Príncipe em Nova York
(Coming to America)
EUA – 1988
Direção: John Landis
Roteiro: Eddie Murphy, David Scheffield, Barry Blaustein
Produção: George Sheffield, Barry Blaustein
Elenco: Eddie Murphy, Arsenio Hall, James Earl Jones, Shari Headley, Madge Sinclair, Eriq La Salle, Cuba Gooding Jr. John Amos, Donna Summer, Garcelle Beauvais, Samuel L. Jackson, Don Ameche, Ralph Bellamy, Calvin Lockhart, Jim Abrahams, Steve White, Ruben Santiago-Hudson, Vanessa Bell Calloway, Louie Anderson, Frankie Faison, Victoria Dillard
Fotografia: Woody Omens, Sol Negrin
Trilha sonora: Eddie Murphy
Duração: 1h 56min
Orçamento: US$ 28 ou 36 milhões
Classificação:livre

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