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Francisco Beltrão
sexta-feira, 06 de junho de 2025

Edição 8.220

06/06/2025

Crônicas do Dr. Chico do Verê

francisco cioccari

Dr. João Francisco Cioccari foi médico em Verê de 8 de maio de 1974 até sua morte, em 22 de setembro de 2020.

 

Dia 30 de agosto, durante solenidade de reinauguração do Hospital dos Trabalhadores Rurais de Verê, que passou a se denominar Hospital Dr. Francisco Cioccari, foi lembrado que o médico, que atuou em Verê de 1974 até sua morte em 22 de setembro de 2020, também era um cronista. Publicava seus textos em jornais da região.
Costumava escrever sobre o cinema, tema que ele conhecia muito. Segue uma de suas crônicas, sobre censura no cinema, publicada no jornal beltronense O Mercúrio, de setembro de 1988 (era um jornal de periodicidade mensal, publicado pelo casal Rosângela Alende e Edgar Marquetti).

Cinema: Censura
Por Chico do Verê*
De todos os aspectos da Censura no cinema, o que mais veremos é a censura política, isto é, quando a obra tem conotação política na versão de um fato. A censura artística ou de mérito intelectual, ou por não ser fiel historicamente não preocupa muito os censores.

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Os exemplos existem em todos os países e mesmo nos Estados Unidos, tido campeões da democracia, houve censura, perseguição, etc.

Filmes e cineastas cujas obras tinham conotação política e que não agradavam aos donos do poder, foram censurados.

No período chamado “Macartismo”, época da guerra fria, entre duas superpotências, artistas de renomes foram perseguidos. Lá, se chamou de período de “caça às bruxas”, pegando inclusive o genial Carlitos que voltou à Europa e só retornando aos Estados Unidos no final de sua vida para ser consagrado pela academia de Hollywood.

Motivo de perseguição: supostas ideias comunistas. Ronald Reagan ator na época (sofrível) era dedo-duro, entregava mesmo. O ex-presidente Richard Nixon (Wattergate) brilhava no Congresso denunciando e fazendo ataques contra os simpatizantes comunistas.

No Brasil, na ditadura do Estado Novo (Getúlio Vargas, 1937/1945) existia rigoroso controle dos órgãos da Censura Federal sobre a produção cinematográfica, o famigerado DIP, nesta época houve muitos filmes de propaganda do governo.

Após a Revolução de 1964 (redentora?) houve novamente censura às obras cinematográficas, teatrais e literárias em geral, o que veio a refletir na queda de produção cultural da época. Durante o período chamado de Abertura Política já começamos a ter obras notáveis, como por exemplo: Prá frente Brasil, que analisou fatos ocorridos no Governo Médici.

A censura não tem justificativa ética, moral ou estética, pois sempre mutila a produção, causando estreiteza na expressão do coração e da mente. The end.

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