O bom papel jornal, essa atividade de folhear página após página que ajudou a forjar a personalidade de muitas gerações.
Amanhã, dia 1º de maio, o Jornal de Beltrão completa 33 anos do primeiro dia que circulou, em 1989. E fazer jornalismo sempre foi um desafio, principalmente no interior. E naquele primeiro pontapé estava colocado o propósito de ser um veículo, acima de tudo, de informação da comunidade, valorizando a sociedade local e regional — o leitor em primeiro lugar, ou seja, a prioridade, inscrita na primeira página até hoje, era o leitor, e esse leitor forma uma comunidade plural, com pontos de vista diferentes, com interesses distintos, que o jornalismo equilibrado procura sintetizar em suas páginas.
Pode-se dizer, sim, que a tarefa foi cumprida, o jornalismo feito pelos profissionais do Jornal de Beltrão caiu no gosto popular, transformando aquele sonho de mais de três décadas atrás em realidade tangível, presente no cotidiano de famílias, empresas, escritórios, lojas, cooperativas, escolas, espaços de serviços, enfim, nos organismos que erguem uma comunidade.
O advento da internet chegou em todos os cantos, uma revolução. E o jornalismo também foi absorvido por isso, teve de incorporar suas ferramentas, ofertando assim mais agilidade na informação. Mas também, de repente, se viu diante de competidores vorazes, muitas vezes operando à margem de compromissos éticos e de apuração jornalística mais demorada e confiável.
Essa nova realidade atingiu toda a imprensa — de uma hora para outra, “qualquer um” virou porta-voz da notícia, da informação abalisada, etc. —, causando perplexidade e às vezes apresentando prognósticos sombrios sobre o futuro da informação de qualidade. Redemoinhos aqui e acolá, foi quando a humanidade se deparou com uma pandemia, a covid em 2020, é que o jornalismo mais afeito aos fatos e com rigidez de conteúdo retomou sua relevância, esfriando os canais aventureiros.
Em tempos de crise de verdade — a pandemia e suas incertezas sobre o amanhã, ou quanto tempo duraria aquela angústia —, o leitor voltou a confiar no veículo tradicional. É fato, no entanto, que essa revolução toda fez com que a imprensa tradicional também se modernizasse e adentrasse a esse novo universo online.
E é esse o desafio de agora do Jornal de Beltrão: continuar dando a informação plural para a comunidade na nova plataforma eletrônica, mas sem esquecer o bom papel jornal, essa atividade de folhear página após página que ajudou a forjar a personalidade de muitas gerações.
