No quarto domingo de agosto, mês vocacional, somos convidados pela Igreja a expressar nosso louvor e gratidão a Deus pelas vocações dos cristãos leigos e leigas, com os diversos ministérios e serviços que exercem na Diocese de Palmas-Francisco Beltrão, sendo testemunho cristão nos diversos ambientes da sociedade sudoestina, sendo “sal da terra” e “luz do mundo”. No Sermão da Montanha, Jesus proferiu a sentença sobre o sal e a luz: “Vós sois o sal da terra” e “vós sois a luz do mundo” (cf. Mt 5,13.14). Para o Nazareno, o sal comunica seu sabor e conserva os alimentos, mas pode se desvirtuar. A luz ilumina todos, mas pode ser escondida. Assim deve ser a comunidade cristã, a partir dos leigos: uma comunidade ativa, dinâmica, irradiando luz e dando sabor à vida dos fiéis – uma “comunidade farol” para os povos, às vezes, em meio às trevas, advindas, tais como as pandemias e crises econômicas, políticas e religiosas, que são as crises mundiais destes últimos tempos.
Primeiro documento do Papa Francisco
A Exortação Apostólica Evangelii Gaudium (EG), primeiro documento oficial do Papa Francisco, foi publicada, dia 26 de novembro de 2013, dirigida “ao episcopado, ao clero, às pessoas consagradas e aos fiéis leigos sobre o anúncio do Evangelho no mundo atual”. Na Exortação, escreveu Francisco: Em primeiro lugar, afirma que “a imensa maioria do povo de Deus é constituída por leigos e ao seu serviço está uma minoria: os ministros ordenados. Cresceu a consciência da identidade e da missão dos leigos na Igreja” (EG n.102).
Já existe um numeroso laical, dotado de um arraigado sentido de comunidade e uma grande fidelidade ao compromisso da caridade, da catequese, da celebração da fé. Mas a tomada de consciência desta responsabilidade laical, que nasce do Batismo e da Confirmação não se manifesta de igual modo em toda parte; em alguns casos, porque não se formaram para assumir responsabilidades importantes, noutros por não encontrar espaço nas suas Igrejas particulares para poderem exprimir-se e agir por causa de um excessivo clericalismo que os mantém à margem das decisões. Apesar de se notar uma maior participação de muitos nos ministérios laicais, este compromisso não se reflete na penetração dos valores cristãos no mundo social, político e econômico; limita-se muitas vezes às tarefas no seio da Igreja, sem um empenhamento real pela aplicação do Evangelho na transformação da sociedade. A formação dos leigos e a evangelização das categorias profissionais e intelectuais constituem um importante desafio pastoral, prospecta Bergoglio à Igreja Católica (cf. EG n. 102).
A mulher leiga na Igreja e na sociedade
Diz Francisco que a Igreja reconhece a indispensável contribuição da mulher na sociedade, com uma sensibilidade, uma intuição e certas capacidades peculiares, que habitualmente são mais próprias das mulheres que dos homens. Por exemplo, a especial solicitude feminina pelos outros, que se exprime de modo particular, mas não exclusivamente, na maternidade. Vejo, com prazer, como muitas mulheres partilham responsabilidades pastorais juntamente com os sacerdotes, contribuem para o acompanhamento de pessoas, famílias ou grupos e prestam novas contribuições para a reflexão teológica. Mas ainda é preciso ampliar os espaços para uma presença feminina mais incisiva na Igreja. Porque “o gênio feminino é necessário em todas as expressões da vida social; por isso deve ser garantida a presença das mulheres também no âmbito do trabalho e nos vários lugares onde se tomam as decisões importantes, tanto na Igreja como nas estruturas sociais” (EG n.103). Rezemos e agradecemos, neste domingo, 22, especialmente por todos os leigos/as que se dedicam aos vários serviços e ministérios apostólicos, nas 46 paróquias e mais de 1.100 comunidades de fé da Diocese de Palmas-Francisco Beltrão.