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Francisco Beltrão
sábado, 31 de maio de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

“É hora de frear a locomotiva descontrolada da ganância humana!”

Edgar

Esse foi o conteúdo da oportuna mensagem do papa Francisco aos participantes do IV Encontro Mundial dos Movimentos Populares, recentemente realizado em Roma. Francisco pede o cancelamento da dívida dos países pobres, o fim das armas, das agressões e sanções e a quebra de patente para que todos tenham acesso às vacinas. Como propostas concretas: um salário-mínimo e a redução da jornada de trabalho, ponderou Francisco.
Aos que ouviram atentamento os apelos do bispo de Roma, chamando-os “poetas sociais”, ele explicou: “Chamo-os assim por terem a capacidade e a coragem de suscitar esperança onde reinam rejeição e exclusão”. Poesia, disse Francisco, significa “criatividade e os Movimentos Populares criam esperança e, com suas mãos, sabem formar a dignidade de cada um, das famílias, da sociedade e em todos os lugares: casa, trabalho, zelo, comunidade e cuidado com a terra”. Falou também do anúncio da esperança diante de um futuro, às vezes incerto.

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“Pandemia silenciosa”
Francisco falou da atual situação, causada pela pandemia. O momento “precisa de novos encontros, discernimento, escolhas e ação conjunta; os povos foram afetados por tantas desigualdades sociais; nosso modo de vida mudou drasticamente, tanto em família como entre os amigos. Todos nós passamos por momentos de sofrimento, sobretudo os migrantes e os que perderam o trabalho, caindo em uma dilacerante pobreza que não faz mais notícia. Esta situação afetou de modo especial as crianças e os jovens, que – segundo o papa – viveram uma “pandemia silenciosa”, provocada pelo estresse e ansiedade crônica, vinculada a distintos fatores, como a hiperconectividade, o desconcerto e a falta de perspectiva.

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O meio ambiente do Sudoeste do Paraná está ameaçado!

O papa fez seu premente apelo, em nome das bem-aventuranças de Jesus, para que se estendam, permeiem e atinjam todos os lugares onde a vida é ameaçada: que os modelos socioeconômicos tenham um rosto humano; que todos os países, povos, seres humanos tenham acesso às vacinas e às necessidades básicas; que as grandes empresas extrativistas deixem de destruir o meio ambiente, e deixem de poluir rios e mares e de envenenar pessoas e alimentos; que os gigantes da tecnologia parem de explorar a fragilidade humana e suas vulnerabilidades para obter ganhos pessoais. Tudo isso, o papa pede “em nome de Deus!”. E adverte: “Este sistema, com sua lógica implacável de ganância, está escapando a todo domínio humano. É hora de frear a locomotiva, uma locomotiva descontrolada que está nos levando ao abismo. Ainda estamos em tempo.”

Discorreu Bergoglio pelo “direito à educação das crianças pobres; aos meios de comunicação, pede que acabem com a lógica da pós-verdade, da desinformação, da difamação, da calúnia, mas contribuam para a fraternidade humana e a solidariedade com as pessoas feridas; aos poderosos, que parem com as agressões, bloqueios e sanções unilaterais contra qualquer país. Não ao ‘neocolonialismo!’” – profetizou Francisco. Interpelou a fim de que “governos e políticos, que trabalhem pelo bem comum e estejam a serviço dos povos; aos líderes religiosos, que nunca usem o nome de Deus para fomentar guerras ou golpes de Estado, mas estejam ao lado dos povos, trabalhadores, humildes, para o desenvolvimento humano”.

Enfim, o Santo Padre recordou apenas dois princípios para cumprirmos bem nossa missão: a solidariedade e a subsidiariedade. “Com estes dois princípios, o cristão pode dar ao próximo um meio para passar do sonho à ação. Pois chegou a hora de agir! Obrigado seriamente – por deixar-me sonhar com vocês”, finalizou o papa com esperança e brilhos nos olhos, gestos típicos deste homem de Deus, sucessor do Apóstolo Pedro.

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