Pentecostes aconteceu 50 dias depois da Páscoa
“O Espírito é que dá a vida” (2Cor 3,6)
Para São Lucas, que escreveu para comunidades gregas, Pentecostes aconteceu 50 dias depois da Páscoa, como aquele Pentecostes dos judeus, que comemorava a entrega da Lei no Monte Sinai. É a Solenidade da comunicação do Espírito Santo. No Pentecostes nasce a Igreja. Ela começa para valer sua missão. Jesus envia os discípulos assim como Ele foi enviado pelo Pai e deixa com eles o Espírito, o Defensor, Advogado, o Paráclito.
O Evangelista João escreveu que no “Primeiro dia da semana”, Jesus apareceu aos discípulos e pondo-se no meio deles disse duas vezes: “A paz esteja convosco”. E acrescentou: “Como o Pai me enviou, também vos envio”. Em seguida soprou eles garantindo-lhes: “Recebei o Espírito Santo” (cf. Jo 20, 19-23). Os discípulos ficaram alegres quando viram o Ressuscitado. Sentem-se enviados em seu nome, na força do Espírito Santo.
O Apóstolo Paulo escrevendo à Comunidade de Corinto adverte-a: “Ninguém, irmãos, pode dizer ‘Jesus é o Senhor’ a não ser no Espírito Santo”. É a unidade do Espírito na diversidade dos dons. “A cada um é dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum”.
É o Espírito do amor de Deus que tudo une. Único Espírito – formamos um único corpo – bebemos todos do único Espírito. E os dons recebidos são dons para serem postos a serviço da comunidade de fé, como Ministros Auxiliares, Catequistas, membros dos Conselhos de Pastorais, Grupos de Adolescentes e Juvenis, Ministérios litúrgicos e outros. Nossas comunidades são ricas de dons quando cada um é capaz de entender a ação do Espírito Santo sempre em prol da causa de Jesus e seu Reino.
Tomemos consciência que somos portadores da força do Espírito do Ressuscitado. Somos testemunhas dele. Damos espaços ao Espírito Santo, ou seja, o reconhecemos como Aquele que nos permite, nos enche de dons para melhor viver a nossa vocação de batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo? Porque desde o nascimento da Igreja, no dia de Pentecostes, é ele quem dá a todos os povos o conhecimento da verdadeiro Deus; e une, numa só fé, a diversidade das raças e línguas.
Pentecostes é a plenificação do Mistério pascal: a comunhão com o Ressuscitado só é completa pelo dom do Espírito, que continua em nós a obra de Cristo e sua presença gloriosa. Hoje somos revestidos da Força do Espírito para sermos testemunhas alegres e corajosas do Cristo Ressuscitado a exemplo de seus discípulos.
Na força do Espírito, podemos dar continuidade à vida e missão de Jesus: “Como o Pai me enviou, eu também vos envio”. E o sonho de Deus em Cristo é: encher de seu Espírito essa Diocese de Palmas-Francisco Beltrão, suas paróquias e comunidades. Encher de seu Espírito as nossas famílias, colégios/faculdades e todos os ambientes públicos, sobretudo onde faz-se necessário o dom do discernimento para que as opções sejam éticas e morais, justas e equitativas.
E no Espírito, realizar o grande milagre: vencer todas as divisões entre nós.
O Documento de Aparecida (2007) ajuda-nos a refletir e transformar em gesto concreto o que celebramos na Solenidade de Pentecostes. Vamos lê-lo: “O Espírito Santo, que o Pai nos presenteia, identifica-nos com Jesus-Caminho, abrindo-nos a seu mistério de salvação para que sejamos filhos seus e irmãos uns dos outros; identifica-nos com Jesus-Verdade, ensinando-nos a renunciar a nossas mentiras e ambições pessoais; e nos identifica com Jesus-Vida, permitindo-nos abraçar seu plano de amor e nos entregar para que outros ‘tenham vida nEle’” (DAp, 137).
Podemos pedir hoje com insistência: Derramai, Senhor, o vosso Espírito e renovai a face da terra, a face de nossas vidas, da Igreja e seus ministros, de nossos governantes, de nossas famílias; enviai, Senhor o vosso Espírito Santo sobre os doentes e desanimados, e em especial, sobre o nosso imenso Brasil, tão rico e belo, mas ao mesmo tempo, tão contraditório e paradoxal. Senhor, enviai o vosso Espírito Santo, o nosso Defensor hoje e sempre. Amém!