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Francisco Beltrão
domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Memória curta: como os ciclos políticos influenciam no comportamento eleitoral

Diversos autores estudam este assunto, concluindo, de maneira geral, que as ações podem levar a problemas enormes após o período eleitoral, mesmo que o candidato do governo permaneça no poder.

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O comportamento oportunista acontece quando uma determinada pessoa, ou grupo de pessoas, busca seus próprios interesses em relação a outras partes da qual estão em negociação. Este comportamento foi estudado por Williamson em 1985, como uma ação intencional da qual se aproveita de lacunas ou omissões contratuais em detrimento dos parceiros. Na política, esse comportamento é usado ao aproveitar-se da memória curta dos eleitores que esquecem de eventos passados e dão mais atenção aos acontecimentos presentes. Isso colabora para perspectiva dos ciclos políticos, em que os governantes buscam maximizar seus desempenhos nos últimos anos do mandato.

Diversos autores estudam este assunto, concluindo, de maneira geral, que as ações podem levar a problemas enormes após o período eleitoral, mesmo que o candidato do governo permaneça no poder. Os gastos exagerados de políticas expansionistas, as contratações sem planejamento e a manipulação econômica causam inflação, inchaço da máquina pública e recessão logo após as eleições. Contudo, existe outra ala que alega que essas decisões podem ser benéficas, pois de alguma forma os projetos saem do papel, beneficiando a população em curto prazo.

O fato é que a ampliação dos gastos públicos representa um choque perceptível pelos eleitores, o que influencia claramente nas eleições. No Brasil, o mais comum é a inauguração de obras nas datas próximas às eleições. Obras estas que muitas vezes ficam inacabadas, demandam ajustes, manutenção, e dobram de valor. Sem contar o fato de que, caso o governo saia do poder, o próximo governo tende a não terminar a obra, a fim de não dar crédito ao oponente, gerando desperdícios gigantescos aos cofres públicos.

Há de se constatar também que os próprios eleitores são oportunistas, uma vez que, em troca de benefícios atuais votam no candidato que lhes proporcionem maiores vantagens, desconsiderando assim o desempenho do gestor público ao longo do mandato. Tais situações são mais evidentes em pessoas com condições vulneráveis, pois a necessidade dessas pessoas de itens básicos proporciona o aproveitamento dessa condição por parte dos políticos.

Dessa forma, tanto o político quanto o eleitor se juntam na busca de benefícios individuais, em geral de curtíssimo prazo, que levam a problemas em longo prazo. Assim, a situação de dependência é muitas vezes articulada e preferida por partidos políticos que se beneficiam de ações de curto prazo e da memória curta da população.

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