Na semana passada foi cassado o vereador de Curitiba Renato Freitas, do PT. Era esperado que isso acontecesse. Esse placar já tinha sido selado há uns meses, mas uma manobra jurídica acabou anulando a sessão e tal. Tudo bem. Ademais, até o ex-presidente Lula havia puxado a orelha do atrapalhado vereador e sugerido que ele se desculpasse. Eu mesmo escrevi sobre esse episódio meses atrás. Vamos lá. O que enche o saco nesse tipo de coisa é o fato do vereador ser negro e então ganha força essa narrativa de que a cassação não foi pela estupidez liderada por ele, quando invadiu uma igreja e fez seu discurso fora de contexto. Não. A narrativa quer que aceitemos a tese de que tudo é uma grande conspiração dos brancos contra o coitado do negro.
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Até quando viveremos sob o jugo dessa visão vitimista e covarde perpetrada pelos porta-vozes da esquerda identitária? Fosse, por exemplo, o senhor Renato Freitas um vereador negro bolsonarista que tivesse invadido uma redação de jornal — ou invadido um escritório de advocacia, ou uma reunião cooperativa de agricultura, ou um posto de saúde, uma academia, uma escola… — e tumultuasse o ambiente, com discurso de quinta série, ninguém estaria dando vazão a enredo nenhum. Seria cassado por falta de decoro e ponto final. Ele seria apenas um “negro alienado”, um negro que não sabe o “lado certo” da história…
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Assim, subjacente a isso, ao negro de esquerda tudo passa a ser permitido, porque qualquer crítica seria uma forma de racismo. Isso é simplesmente ridículo. As pessoas públicas, os políticos enfim, devem ser questionados por sua postura pessoal e política independentemente de ser, ou de não ser, um bibelô do esquerdismo. Mas o fato é que vivemos esses tempos sombrios, o tal politicamente correto é a praga desse inferno contemporâneo.
OBS – Fiquei sabendo de um manifesto de pais de alunos de Francisco Beltrão, preocupados com a educação de seus filhos, porque perceberam que militantes políticos infiltrados num colégio despejam sua agenda doutrinária em sala de aula, corrompendo a mente dos jovenzinhos. Na introdução, está dito, com firmeza: “O presente abaixo-assinado tem como objetivo declarar repúdio aos atos de doutrinação política, ideologia de gênero e aplicação de linguagem neutra que vêm ocorrendo de maneira contínua e recorrente por parte de professores e colaboradores (…). Os fatos, que já são de conhecimento da direção do colégio, pais e da sociedade, estão causando grande revolta e desaprovação por parte de pais e alunos, porque impõem pressão psicológica aos discentes e provocam dissidência entre seus pares e têm gerado conflitos familiares, à medida que colocam os filhos se contrapondo aos valores pregados e vividos pelos seus pais. Frisamos que isso tem ocorrido preponderantemente na fase da adolescência, mas também existente desde as séries iniciais da educação infantil”.