Conforme dados do Sinvespar, são mais de oito mil trabalhadores em 185 empresas.

Por Flávio Pedron – As indústrias de confecções têm importante função na economia do Sudoeste do Paraná, pelo alto valor agregado de seus produtos, pela grande geração de empregos – especialmente feminina –, pela renda e impostos, sobretudo Imposto sobre a Produção Industrial (IPI) e ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). O setor é composto por cerca de 185 indústrias de confecções de pequeno, médio e grande porte empregando mais de oito mil pessoas.
O segmento passou por uma grave crise em 2015-2016, devido à grande quantidade de produtos importados de países asiáticos e os problemas econômicos brasileiros. Muita gente foi demitida e algumas empresas fecharam. Nos últimos dois anos, com a pandemia do coronavírus, o setor viveu uma nova crise e muitas empresas se reinventaram, passando a produzir jalecos, máscaras e EPIs.
As indústrias do Sudoeste conseguiram reduzir a jornada de trabalho ou suspender temporariamente contratos de trabalhos, preservando grande parte dos empregos formais.
Festas juninas
Se outros setores econômicos estão enfrentando problemas – utensílios domésticos em alumínio e móveis em série –, as indústrias de confecções ensaiam uma saída da crise. Claro que os carnavais de São Paulo e Rio de Janeiro, que foram postergados de fevereiro para abril, e a perspectiva de realização das festa juninas nos estados do Nordeste podem ditar, ou não, o ritmo de crescimento deste ramo. Em anos passados, a realização das festas juninas no Nordeste teve reflexos positivos na produção de algumas das nossas indústrias de confecções. As redes de lojas do Nordeste compram grandes quantidades de confecções para as festas juninas e parte da produção sai do Sudoeste do Paraná.
Situação razoável
O que se pode dizer do setor, no momento, é que a situação está razoável no segmento em termos de pedidos. Mesmo diante deste cenário, o segmento se mantém como principal gerador de empregos: são aproximadamente 8.109 postos de trabalho, conforme dados do obtidos pelo Sindicato das Indústrias de Confecções do Sudoeste do Paraná (Sinvespar) junto ao Ministério do Trabalho e relativos a 28 de fevereiro de 2022. Este número é 1,23% a menos em empregos que outubro de 2021, quando 8.223 trabalhadores estavam empregados. Segundo o Sindicato das Indústrias do Vestuário do Sudoeste do Paraná (Sinvespar), em dezembro de 2019 o setor empregava 7.772 trabalhadores.
Solange Stein, secretária executiva do Sinvespar, comenta: “Estamos apenas com dois postos abaixo de 31 de outubro de 2021. Mas não recuperamos ainda o fechamento de postos de novembro-dezembro de 2021, quando fechamos 467 postos”.
O destaque nas contratações de trabalhadores, no mês de fevereiro, foi para indústrias de Ampere e Santo Antônio do Sudoeste, que somadas, abriram 72 novas vagas. “Assim, o primeiro bimestre de 2022 movimentou menos 22% com referência ao sexto bimestre de 2021.”
Região responde por mais de 15% das vagas de trabalho nas indústrias de confecções no Paraná
Da assessoria e JdeB – Em 11 anos e oito meses (2009 a agosto de 2021) as indústrias de confecções do Paraná reduziram 18% de postos de trabalho, de 63.297 para 51.891.
No mesmo período, o setor de indústrias de confecções do Sudoeste cresceu 11,6% de 6.966 para 7.772. Esta performance da região contribuiu para aumentar sua participação no setor, no Paraná, passando de um pouco mais de 11% para 15,50 % em 2019 e uma leve redução para 2021, de -0,5%, representando atualmente 15,3%.
No Sudoeste, no setor industrial, o de confecções é o segundo maior em geração de empregos, só perdendo para o setor de alimentos – frigoríficos e laticínios. Em valor agregado, o segmento de confecções é o quarto maior da região.
Em 2013, o Sudoeste teve o maior número de empregos formais, com 8.495 postos.
Nos pequenos municípios da região, o setor atrai jovens para o primeiro emprego e entre 45% a 60% permanecem no setor e são esses que colaboram para a média geral predominante da faixa etária do colaborador no vestuário seja de 32,5 anos enquanto que unindo todos os setores industriais, essa média sobe para 36 anos na região e para 38 anos no Paraná e Brasil.
Na região, o segmento conta com 185 indústrias de pequeno, médio e grande porte. As indústrias de confecções estão instaladas, principalmente, em Ampere, Capanema, Chopinzinho, Dois Vizinhos, Francisco Beltrão, Nova Esperança do Sudoeste, Nova Prata do Iguaçu e Salto do Lontra.