
Da assessoria/Sistema Faep – Puxados pela inflação mundial e pela redução da oferta, o mercado de lácteos do Paraná manteve a tendência de alta em março e abril. Praticamente todos os derivados tiveram ganhos de preço, chegando aos maiores valores nominais históricos, conforme aponta relatório do Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do Paraná (Conseleite-PR), apresentado em reunião do dia 26.
Tudo isso fez com que o setor ensaiasse uma recuperação do momento difícil enfrentado no segundo semestre de 2021 e início deste ano, que levou muitos produtores a deixarem a atividade. Com o atual movimento de alta, o valor de referência do leite – usado como base na negociação entre produtores e industriais – fechou março com alta de 12%. A projeção é de que haja nova variação positiva de 8,45% em abril, com o valor de referência chegando a R$ 2,2134.
“Essa alta pode ser entendida como um realinhamento relativo de preços. Ou seja, temos que olhar para essa variação com parcimônia, porque produtores e indústria vêm de um momento difícil, com os maiores custos de produção de sua história”, disse o vice-presidente do Conseleite-PR, Ronei Volpi.
Os dois produtos mais vendidos no Paraná, o mussarela e o UHT aumentaram 20%, em dois meses. No mussarela, a alta foi de 24,46%, em relação ao patamar registrado em fevereiro. Os preços do leite UHT subiram 21%. “O País está vivendo um processo inflacionário. No caso do leite, não é diferente. Vemos a continuidade da alta dos preços, em um momento que o setor se recupera de um momento difícil registrado no segundo semestre do ano passado. Fica a pergunta de qual será o formato da curva [de preços] nos próximos meses e como o mercado vai se comportar”, observou a professa Vânia Guimarães, da UFPR, e uma das responsáveis pelos levantamentos do Conseleite-PR.
Além do mussarela, outros queijos também vêm em valorização significativa. Em comparação a fevereiro, os preços do queijo prato subiram 14,69%.