Formado pela Unioeste, ele se diz contente por ter escolhido esta profissão.

O que comemorar no Dia do Professor? “Eu escolhi ser professor, então é muito especial. Este vai ser meu terceiro Dia do Professor. A educação tem uma força pra mudar a sociedade, ela transforma devagar, a conta-gotas, mas ela atinge as pessoas. Paulo Freire fala que a educação não muda o mundo, ela muda pessoas e pessoas mudam o mundo”, responde Nathan Gustavo Mario da Silva, natural de Pérola D’Oeste.
Ele tem apenas 22 anos e começou a atuar como docente há três. É formado pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus de Francisco Beltrão, no curso de licenciatura em Geografia. “Colei grau em fevereiro deste ano. De formação, tenho basicamente – de fevereiro a outubro – oito meses. Neste momento estou cursando três pós-graduações: uma em Educação Especial, outra em Educação do Campo e a terceira na área de Oratória.”
Realidade do novo método de ensino
Até março de 2020, para conseguir fechar as 40 horas de trabalho semanais, Nathan se deslocava entre duas cidades, com 30 quilômetros de distância: Pérola D’Oeste e Santo Antônio do Sudoeste. Nestes dois municípios, trabalhava em três colégios da rede estadual as disciplinas de Geografia e as específicas do ensino integral, como Meio Ambiente. Ele tinha aulas todos os dias, nos cinco turnos.
Hoje, Nathan percebe que precisa trabalhar mais em “sala de aula”, restando menos tempo para preparação de conteúdos e também para dar continuidade à formação profissional. “O que é negativo também nesse novo método de ensino é que nós tivemos pouco contato com os alunos nas aulas presenciais, porque as aulas iniciaram em fevereiro e tivemos o ensino remoto um mês depois; dia 19 de março tivemos que nos afastar da sala de aula. A partir desse momento tivemos que encarar uma nova realidade de trabalho, pautada basicamente no uso de tecnologias. Nós, professores, acostumados com o giz, com o pincel, com o contato físico da sala de aula, tivemos que nos adaptar. Os nossos instrumentos de trabalho se tornaram o celular, o computador, notebook, além dos aplicativos. Nosso trabalho foi completamente remodelado.”
Ele destaca que, assim como muitos de seus colegas, estranhou a nova modalidade de ensino, até porque a formação universitária não está voltada para o uso das tecnologias, uma vez que o método de ensino é o presencial. “Agora, a gente se comunica com os alunos via Google Classroom; também utiliza o Meet pra reuniões e aulas virtuais; utiliza também o WhatsApp pessoal, que acabou se vinculando ao trabalho, ao aluno, pai do aluno, responsável e também pra ter essa comunicação com a escola. O trabalho que a gente tinha nas aulas presenciais acabou, então, num post do Google Classroom.”
Relevância da relação professor e aluno
Para Nathan, a pandemia mostra o quanto a educação é importante; o quanto o contato aluno e professor é relevante, uma vez que o ambiente escolar é formador: “a educação tem esse poder de transformação social”. Ele entende que a educação remota encurtou algumas distâncias, mas não conseguiu dar conta dessa aproximação entre docentes e discentes. “A gente percebe que muitos alunos têm dificuldades nos acessos; não domina tanto a tecnologia quanto a gente pensa; a tecnologia como ferramenta de estudo não fazia parte da rotina deles, eles utilizavam pra outros fins. A pandemia mostrou também a importância da tecnologia no ensino, no processo de aprendizagem, tanto pra nós quanto pros alunos e pais.”
Sobre as vantagens, Nathan cita a possibilidade de dar sequência ao ano letivo, para que o aluno não seja tão prejudicado, além de permitir o contato entre professor e aluno via plataformas digitais. Sobre as desvantagens, ele ressalta a dificuldade de acesso. “Essa nova modalidade de ensino não atingiu todos; isso representa os problemas que nossa sociedade enfrenta, muitas pessoas não têm condições.”