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Francisco Beltrão
domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Após receio inicial, alunos enaltecem ensino cívico-militar

“Gosto muito desta escola e acho que ela nos proporcionará um futuro brilhante”, ressalta a aluna Naiana Maieski Araújo, 11 anos.

Alunos do Colégio Cívico Militar Beatriz Biavatti em formação toda manhã antes do início da aula.

O Paraná tem um dos maiores programas de ensino cívico-militar do País. São 197 escolas em todo o Estado, que adotaram uma matriz curricular maior, com seis aulas diárias (30 por semana), com mais aulas de Língua Portuguesa e Matemática e o acréscimo de Cidadania e Civismo, com uma aula por semana para o Ensino Fundamental 2 (do 6º ao 9º ano) e para o Ensino Médio. Na região Sudoeste, são 13 unidades. Em Francisco Beltrão dois colégios adotam este modelo, o Beatriz Biavatti, no Bairro Vila Nova, e o Vicente de Carli, no Bairro São Miguel.

A gestão é compartilhada entre civis e militares, sendo o diretor-geral e o diretor-auxiliar (quando a escola necessitar) civis. O diretor cívico-militar será responsável pela disciplina e atividades cívico-militares, além de poder auxiliar nas partes de infraestrutura, patrimônio, finanças e segurança. Cada escola terá de dois a quatro monitores militares, conforme a quantidade de alunos.

Naiana Maieski Araújo, 11 anos, aluna do 6º A, vespertino, conta que quando mudou para o colégio ficou com um pouco de receio em relação às normas. “Com o passar dos dias e conhecendo o objetivo principal desse modelo, percebi que é uma escola que busca princípios, valoriza nossas conquistas e respeita nossas limitações.”

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A jovem diz que foi um pouco difícil se acostumar ao horário, pois o número de aulas também tem um diferencial, mas tudo deu certo. “Gosto muito desta escola e acho que ela nos proporcionará um futuro brilhante, falo isso pois venho percebendo uma melhora em meu comportamento, começando pelo tratamento das pessoas, tanto em casa quanto na escola, ruas e de modo geral.”

Sobre a rotina de estudos, a aluna relata que tem se organizado melhor, “para não ter perigo de procrastinar sempre quando as provas são agendadas, estou aprendendo a construir minha rotina com horários, reservando um tempo para estudos, lazer, descanso, e podendo assim aproveitar melhor os meus momentos”.

Gustavo Meier, 17 anos, aluno do 3º ano A, veio morar em Francisco Beltrão no início de 2021 para ficar mais próximo do pai. O rapaz fala que foi muito bem recebido pelos colegas, professores e equipe gestora da escola. “Claro, passamos pelas dificuldades corriqueiras do ensino, alunos que têm dificuldade em certas matérias, em certos conteúdos, porém, os professores sempre dispostos a ajudar na qualidade do ensino, oportunizando, revisando, tirando dúvidas e incentivando os alunos a serem melhores e ir em busca de mais conhecimentos.” Nesses tempos de pandemia, em que o ensino teve aulas a distância, Gustavo conta que pôde perceber de forma clara como o ensino presencial faz falta.

Na opinião de Camile Dutra Marchesan, 12 anos, aluna do 6º ano B, o Colégio Cívico-Militar Beatriz Biavatti não é uma escola que se deve temer. “Pelo contrário, devemos aprender com ela, sei que não sou a única aluna que, de início, teve receio, e aqui estou.” De acordo com Beatriz, não há uma competição por notas, o que se cobra é participação em aula e respeito pelas regras, motivando os estudantes cumprirem seus deveres. “Me orgulho de estar aqui, porque não tive o objetivo de superar os meus colegas e sim de me superar, me desafiar para um futuro brilhante. Mas, falo com toda a certeza que se hoje estou aqui, foi porque dependeu muito de minha vontade, dedicação e tempo.”

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Ensino, aprendizagem e disciplina como base da educação

A professora Adriana Cristina Kozelski, diretora geral do Colégio Cívico-Militar Beatriz Biavatti, diz que o modelo cívico-militar tem um diferencial no que diz respeito ao ensino, pois explora de maneira a associar ensino, aprendizagem e disciplina, tendo como base fundamental uma educação integradora, de maneira comprometida e ética para a educação e formação dos estudantes.

“Nossa função é dar um direcionamento para a vida desses estudantes, de maneira a torná-los homens e mulheres comprometidos com a formação cidadã e humana e a disciplina é importantíssima para alcançarmos tais objetivos.” Conforme ela, a formação dos alunos passa por muitas variáveis, “mas é importante fazê-los entender que muitas vezes na vida temos que ouvir o não; termos limites, são fatores que irão auxiliar estes seres humanos em suas vidas futuras”.

Segundo a diretora, algumas pessoas ou até mesmo a sociedade pode ter uma ideia equivocada de que ser firme com crianças e adolescentes pode ser prejudicial. “Ignorância pensarmos assim, pois já afirmava um autor do qual desconheço autoria: se as crianças não forem disciplinadas, nunca poderão experimentar a força de estar no comando.”

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