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Francisco Beltrão
domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Colégios estão em alerta para a evasão escolar

Bairros em situação de vulnerabilidade apresentam os números mais expressivos.

No Colégio Vicente De Carli, há 569 alunos matriculados e 25 estão sem acesso ao material impresso
e à plataforma do Classroom.

Lugar de criança é na escola. O Núcleo Regional de Educação (NRE) e a Secretaria Municipal de Educação de Francisco Beltrão, com o apoio de parceiros, iniciaram uma campanha que visa coibir a evasão escolar nas redes municipal e estadual de ensino. A campanha denomina-se “A escola convida a continuar”, com o objetivo de que os alunos participem das aulas remotas, uma vez que não há previsão sobre o retorno presencial nas escolas.

Bairros em situação de vulnerabilidade apresentam os números mais expressivos de evasão e de baixo rendimento escolar. Lúcia Rocha, diretora do Colégio Estadual Tancredo Neves, do Pinheirinho, em Francisco Beltrão, comenta que dos mais de 1.100 estudantes matriculados, aproximadamente 10% não participam da educação remota. “Um percentual que por inúmeras situações se evade da escola até o início do terceiro trimestre. Especialmente agora, em que a sobrevivência é fator primordial, os alunos optam por trabalhar e sanar a primeira necessidade do que se dedicar aos estudos, porque não veem resultado imediato. Se o Estado, além de garantir a permanência do aluno, também tivesse políticas públicas de mais igualdade econômica, cultural e social, não necessitaria empenho sobre essa situação”, avalia Lúcia.

Além disso, nesta região não há antena para assistir ao Aula Paraná e o aplicativo não funciona como deveria. Portanto, os alunos estão trabalhando no período de aula ou não têm acesso às tecnologias. Segundo Lúcia, aqueles que estudavam de dia estão trabalhando para ajudar com uma renda em casa e ainda não evadiram, mas estão deixando a desejar no rendimento. “Essa forma de ensino remoto, com uso de tecnologia, é o grande vilão da evasão, uma vez que exclui estudantes com a falta de condições de colégios como o Tancredo. Estamos disputando com as necessidades deles, então sempre vamos perder, porque é uma questão de sobrevivência.”

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No Colégio Vicente De Carli, do Bairro São Miguel, há 569 alunos e somente 25 estão sem acesso ao material impresso e à plataforma do Classroom. “Estes já foram encaminhados ao Conselho Tutelar. O restante está utilizando o material impresso, as atividades produzidas pelos professores e a outra parte usa o Classroom. Estamos fazendo um trabalho árduo junto à comunidade escolar”, destaca a diretora Andreia Savoldi Piran.

Também é o caso do Colégio João Paulo 2º, do Bairro Júpiter. “As famílias são compostas por pais trabalhadores das indústrias da região, comércios no município, servidores públicos e prestadores de serviços como limpeza e reciclagem. Nossos estudantes têm se dedicado muito e os professores e pedagogas estão sempre atentos, cobrando e incentivando. Fomos desenvolvendo estratégias para alcançar os alunos em suas casas, mas, mesmo assim, vários não iniciaram as aulas remotas e outros não viram sentido na baixa aprendizagem que tinham e acabaram desistindo”, ressalta Kathiane Ficanha, diretora. Dos 487 alunos matriculados, 93 retiram atividades impressas no colégio e 48 estão sem nenhum acesso. Os demais frequentemente acessam as aulas on-line, pelo Classroom.

O Colégio Estadual Léo Flach, do Bairro Padre Ulrico, tem 622 alunos matriculados no Ensino Fundamental e Médio. Em torno de 11% desistiram dos estudos. Diante desse problema, o colégio e demais entidades estão se mobilizando para trazê-los de volta para escola. De acordo com a diretora Edna Menegatti Mocelin, muitos disseram que estão trabalhando, por isso desistiram e vão retornar aos estudos em 2021.

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