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Francisco Beltrão
quinta-feira, 29 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Desafio de ser intérprete da Língua de Sinais

A atualização em Libras deve ser constante. Mestranda começou a gostar da linguagem ainda no curso de Letras.

 

Maria Daniele Mendes fala sobre o desafio de ser intérprete de Libras, que é uma língua “viva”, assim como qualquer outra, e está em constante mudança, por isso é baixo o número de intérpretes de Libras. Na foto, ela traduz uma apresentação de mestrado.
Fotos: Leandra Francischett/JdeB

“Não digo que domino, porque a Língua de Sinais pra mim é um aprendizado constante”, destaca Maria Daniele Mendes, intérprete de Libras, língua usada pela maioria dos surdos. Ela comenta que é preciso estar sempre se especializando, porque esta é uma língua viva, assim como a Língua Portuguesa e qualquer outra.

Além disso, assim como no Português há variações na pronúncia e há diferentes termos para falar da mesma coisa, o gestual varia em Libras. Um exemplo é a palavra pão, que apresenta diferentes formas no Paraná, em São Paulo e no Rio Grande do Sul, para citar alguns lugares. 
Maria Daniele fala do desafio que é a tradução simultânea, ainda mais quando a pessoa fala muito rápido, porque é preciso pensar em sinônimos rapidamente. “A gente tem que pensar em estratégias”, conta.   Seu interesse pela área começou durante a graduação em Letras, na Faculdade de Ampere (Famper), com a disciplina de Libras. Desde então, fez alguns cursos e se especializou. Hoje faz tradução simultânea para Lucas Link, estudante do 3º ano de Pedagogia na Universidade Estadual do Oeste (Unioeste), campus de Beltrão, durante as aulas.

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Vanderleia Castoldi e Lucas Link, que são surdos, e os intérpretes Thiago Rafael Mazzarollo e Maria Daniele Mendes,
durante defesa de mestrado, na Unioeste.

 

 

Dissertação de mestrado
Lucas participou da pesquisa de Thiago Rafael Mazzarollo, que também é intérprete de Libras, e desenvolveu um glossário para surdos no mestrado em Geografia pela Unioeste, sob a orientação da professora doutora Mafalda Nesi Francischett. Na sua defesa, que aconteceu em maio, Maria Daniele fez tradução simultânea para Lucas e Vanderleia Castoldi, que são surdos.
Thiago despertou interesse por Libras há dez anos, quando teve a disciplina de educação especial no curso de formação de docentes, na qual precisou conhecer as escolas especiais. Inicialmente, gostaria de visitar a Apae, pois já desenvolvia um projeto de dança contemporânea com os alunos down.
No sorteio, ele foi encaminhado para a Apada, escola de surdos de Toledo e quis aprender. Hoje, Thiago é tradutor e intérprete de Libras/Língua Portuguesa na Universidade Federal do Paraná, campus de Toledo.

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