Diretora destaca os esforços para se conseguir bons resultados.

Os alunos Vitor, Cauã e Camila deram opiniões sobre o ensino a distância.
Foto: Flávio Pedron/JdeB
Em função da Pandemia do novo coronavírus, desde 6 de abril estão acontecendo as aulas remotas (on-line), no formato de Educação a Distância por meio do aplicativo Aula Paraná e do Google Classroom, para os alunos da rede estadual de ensino. As aulas também são transmitidas por canais de TV e pela TV Paraná Turismo (por satélite). O projeto Aula Paraná é a coordenação da Secretaria de Educação.
[relacionadas]
A Escola Estadual da Cango, em Francisco Beltrão, afirma que atingiu o índice de 100% dos alunos com aulas EAD. Os números apresentados pelo Núcleo de Educação em relação à escola divergem pouca coisa: 88% para aulas remotas e 12% para atividades impressas.
A diretora, Magda Ines Brito Baptista, comemorou a grande adesão dos alunos e a colaboração dos professores. O estabelecimento tem 106 estudantes matriculados do 6º ao 9º ano do ensino fundamental 2. “A nossa escola, até a presente data, já atingiu 100% dos alunos, que estão assistindo as aulas on-line e realizando as atividades. Apenas uma pequena porcentagem de 10% estão realizando as atividades impressas. Os demais alunos estão fazendo pelos ambientes on-line, celular ou computados”, relata a diretora.
Para esses bons índices serem atingidos, Magda diz que houve um grande esforço e persistência de toda a equipe da escola: direção, pedagoga, funcionários e professores, que desde o primeiro dia das aulas remotas, estão em contato com os alunos e seus responsáveis, disponibilizando todas as ajudas necessárias, por meio de tutoriais e outras, conscientizando da importância dessas aulas, onde estão sendo trabalhados os mesmos conteúdos curriculares das diretrizes estaduais que seriam ministrados em sala de aula na escola.
Começo difícil
Magda lembra que no começo das aulas EAD os trabalhos estavam um pouco prejudicados porque alunos e professores não estavam familiarizados com o novo sistema. Ela destacou que o projeto Aula Paraná conta com professores bons e que dão liberdade para perguntas. Para auxiliar no aprendizado, foram formados grupos de whatsapp de todas as turmas. Solange Pasa, pedagoga, salienta que “a persistência é o ponto-chave, [com a participação] tanto os pais, alunos e professores. É o que vai dar os pontos positivos no final”.
Mães falam dos desafios
Reunidos na escola, na manhã de ontem, alunos, mães e professores comentaram sobre o Aula Paraná. A professora Marli Maffi, de Matemática, salientou a importância de os estudantes assistirem às aulas. “O conteúdo de Matemática é esquecido se ele [estudante] não assistir uma aula, ele vai ter dificuldade na segunda e terceira aulas seguintes. Ele tem que assistir pra poder entender e responder [as perguntas]”.
Marizete Simon, professora de Português, foi na mesma linha da colega. “Tem que estar assistindo às aulas e tem também as aulas gravadas on-line”. Para ela, é importante também que a família esteja junto e acompanhando o desempenho dos filhos. E como educadora ela diz que “pra nós não tem hora, você está lá 8, 9 horas da noite… Não é uma opção, é uma necessidade”.
Jociane Salvatti, mãe, e a filha Dariana Salvatti acompanham a caçula da família, a Camila Stefani, que cursa a 8ª série do Ensino Fundamental. Dariana auxilia mais a irmã nas suas atividades e quer que ela aprenda e compreenda os conteúdos, não obtenha respostas prontas. “No início foi bem complicado, porque também a gente tinha que mexer ali e aqui”, conta, numa referência aos programas de computador e aplicativos. Mas Dariana diz que a irmã agora está fazendo as atividades. “A gente vê a importância do professor”, destaca.
Ótima opção
Eli Ferreira, mãe do Vitor, do 8º ano, achou ótima a opção do EAD. Ela também é professora e tem dificuldade de acompanhar as atividades do filho diariamente. Vitor tem feito as tarefas sozinho. “Na escola ele era um aluno bem dedicado, mas em casa não é mais assim. Ele é bem afetivo, não gosta de estudar sozinho”, ressalta a mãe.
No começo, aponta Eli, o filho encheu os cadernos de conteúdos, mas acabou deixando de fazer muitas tarefas. Mas ele vem se dedicando de uns tempos para cá.
Como educadora, Eli afirma que “a escola está cumprindo o seu papel, mas no ensino a distância não vai ser como o presencial”. A mãe diz que se as aulas EAD continuarem. os pais terão que acompanhar mais o desempenho dos filhos. Como mãe e como aluna de faculdade a distância sabe como se desenvolve esta forma de ensino.
Há muitos trabalhos que devem ser feitas extraclasse.
Google Classroom
O Google Classroom é a sala de aula virtual, onde os alunos realizam as atividades e interagem com seus professores. Essas atividades são avaliativas e também valem como presença nas aulas para os alunos. Para quem não possui nenhuma condição de acesso à internet, as escolas estão entregando as atividades impressas para que os alunos retirem na escola e devolvam as mesmas preenchidas, em prazo determinado.
Alunos falam dos desafios do ensino a distância
Os alunos Vitor Ferreira e Camila Stefani, do 8º ano, e Cauã Dias, do 9º ano, estiveram na escola para expor suas opiniões sobre o Projeto Aula Paraná. Vitor disse que gostaria que as aulas presenciais voltassem. Ele alega que o 7º, 8º e o 9º ano do Ensino Fundamental são mais difíceis e que os alunos precisam compreender os conteúdos. “Conseguir compreender os conteúdos eu até consigo, mas tem gente que tem dificuldade porque tem questões que o tempo é pouco pra responder”, justifica.
Cauã praticamente fez 100% dos trabalhos e considera o EAD “mais difícil que o presencial”. Ele justifica que “as atividades pro aluno que tem facilidade é fácil, mas pra quem tem dificuldade é difícil. Por mais que seja pelo celular, seria mais fácil de compreender [a matéria] em sala de aula”.
Camila Stefani está gostando das aulas e está aprendendo os conteúdos. “Pra mim, assim tá bom, mas tá um pouco corrido”.